A moda do skincare infantil: uma nova tendência que exige cautela

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Nos últimos anos, a rotina de skincare, antes restrita ao público adulto, conquistou um novo e surpreendente público: as crianças. Com o crescimento de plataformas como o TikTok, onde influenciadores mirins compartilham suas rotinas de cuidados com a pele, a febre do skincare infantil começou a ganhar força entre crianças de 8 a 12 anos. No entanto, essa tendência, que inicialmente parece inofensiva e divertida, exige cuidados e orientações específicas para não colocar em risco a saúde dos pequenos.

Segundo a dermatologista Anna Laura Peppe, da clínica Audatti, o ideal é que o skincare para crianças seja um ritual lúdico e divertido. “Ponha a faixinha no cabelo, faça a massagem no rosto, use um rolinho de jade para uma massagem suave. O objetivo é que seja uma experiência lúdica, e não baseada em produtos específicos”, aconselha a médica. Ela recomenda um gel de limpeza suave para lavar o rosto, um hidratante adequado para o tipo de pele da criança e um protetor solar próprio para a faixa etária.

Para Anna Laura, o mais importante é a criação de um hábito saudável de autocuidado desde cedo, de forma leve e descomplicada, que no futuro, será benéfico.

Porém, o aumento da popularidade do skincare infantil traz consigo um alerta. O uso inadequado de produtos como ácidos e anti-idade podem causar sérios problemas de saúde, incluindo sensibilidade, alergias, irritações e até lesões oculares graves.

“Eu tenho uma paciente de 10 anos que ama produtos e cuidados com a pele. Então criei uma rotina de skincare que inclui desde o shampoo até o desodorante, todos específicos para a idade dela”, relata Anna Laura.

O uso de maquiagem também segue a mesma linha de cautela. A dermatologista ressalta a importância de optar por produtos específicos para crianças, como maquiagens laváveis e esmaltes que saem com facilidade. Esses produtos são formulados para minimizar o risco de reações adversas e facilitar a remoção completa, sem a necessidade de produtos químicos agressivos.

Para os pais, o papel de supervisão é fundamental. Anna Laura destaca a importância de observar o que os filhos estão consumindo nas redes sociais e procurar orientação médica sempre que houver dúvidas sobre a adequação de um produto.

“A consulta com um dermatologista pode ajudar a estabelecer uma rotina de cuidados apropriada, garantindo que os produtos usados sejam seguros e eficazes para a pele infantil. Embora os cuidados com a pele possas ser uma forma divertida e educativa de introduzir hábitos de autocuidado desde cedo, é essencial que essa prática seja guiada por orientação profissional e escolha consciente de produtos. Assim, as crianças poderão usufruir dos benefícios dessa tendência sem comprometer a saúde da pele”, recomenda a dermatologista.