Primeira cirurgia de ablação por radiofrequência de tumor ósseo é realizado em Uberlândia

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O objetivo foi ter um tratamento menos invasivo e com recuperação precoce

No dia 10 de dezembro foi realizado, em Uberlândia, a primeira cirurgia de ablação óssea por radiofrequência de um tumor benigno. “Realizamos o primeiro caso de ablação de tumor ósseo, denominado osteoma osteoide, benigno, localizado no fêmur direito. O paciente já havia passado por uma cirurgia convencional para retirada desse tumor há 3 anos, porém, teve uma recidiva (retorno) dos sintomas e do tumor. Sendo assim, nos procurou com o objetivo de ter um tratamento menos invasivo, pois não queria uma cirurgia convencional pois a recuperação pós cirurgia foi dolorosa.”, explica Dr. Tulio Leite, médico radiologista intervencionista.

A radiologia intervencionista é uma especialidade médica que realiza procedimentos e intervenções cirúrgicas de forma minimamente invasiva e guiadas por imagem. Foi oferecido ao paciente o tratamento percutâneo, minimamente invasivo com técnica de radiofrequência. Essa técnica é guiada por uma tomografia para se ter uma precisão do centro do tumor e garantir que ele seja destruído completamente. O médico radiologista intervencionista posiciona a agulha no centro do tumor, e, ligada a um gerador, aquece-o destruindo-o, até ter uma margem segura. “As técnicas ablativas são recomendadas para pequenos tumores, pacientes que não querem ir para uma cirurgia convencional tem a vantagem da preservação do órgão, menor tempo de internação com uma pequena incisão na pele e possibilidade de retorno às atividades precocemente”, ressalta Dr. Túlio Leite, radiologista intervencionista. O médico ainda cita que, “essa técnica pode ser realizada em tireoide, pulmão, rim e fígado. Na cidade de Uberlândia já realizamos a mesma técnica em rim e fígado em que fomos pioneiros na técnica ablativa desses tumores”, salienta.

A radiologia intervencionista é uma especialidade médica que atua em procedimentos minimamente invasivos através de punções vasculares ou de órgãos. A especialidade tem interface com várias áreas da medicina. Na área de diagnósticos, realiza biópsias de massas suspeitas através de imagens, sem submeter o paciente a uma cirurgia convencional. Na oncologia, atua em tumores hepáticos com cateterismo seletivo, como a quimoembolização, que é a injeção de um quimioterápico e a oclusão (fechamento) dos vasos que nutrem o tumor.

Na ginecologia, é realizado a embolização de miomas ou adenomiose, ocluindo (fechando) a vascularização uterina com pequenas partículas esféricas (do tamanho de grãos de areia), a fim de reduzir sangramento naquelas pacientes que desejam preservar o útero ou que não querem ser submetidas a uma cirurgia convencional. Além disso, na área vascular também pode ser realizado tratamentos de aneurismas de aorta (dilatação do maior vaso do corpo), colocando-se endoprótese (stent revestido com tecido impermeável) por dentro do aneurisma para excluir a dilatação. A conexão com várias especialidades é enorme, por exemplo, na endocrinologia, na urologia, na obstetrícia, na pneumologia, cirurgia vascular com angioplastias de membros inferiores ou de carótidas naqueles pacientes que têm algum estreitamento significativo da vasos sanguíneos. Portanto, a radiologia intervencionista é extremamente versátil, dinâmica, com a possibilidade de oferecer ao paciente uma terapia menos agressiva, com menos dor, menor tempo de internação e recuperação mais rápida.

“Sempre sugiro aos pacientes que procurem o radiologista intervencionista, que tenha o título de especialista para essa função. Estamos muito satisfeitos de ter a oportunidade de poder tratar o primeiro tumor ósseo da região de forma minimamente invasiva”, finaliza o intervencionista.