Carreira de programador é uma das mais promissoras em 2021

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    Engenheiro de Software da Ubots explica como iniciar na área de T.I; Até 2024, 420 mil vagas serão criadas na área de tecnologia

    A área de T.I foi uma das que mais cresceram nos últimos anos. Entre 2012 e 2020, os serviços de tecnologia da informação, mais que dobraram de tamanho, com cerca de 95,6%, de acordo com o IBGE.

    Ricardo Pieper, Engenheiro de Software da Ubots – startup especializada em chatbot que cresceu mais de 103% em 2020 – explica que pela alta demanda no setor, causada principalmente pelo cenário de pandemia mundial, os profissionais da área de T.I estão sendo cada vez mais requisitados, pois o “novo normal” está associado ao ambiente virtual. Pesquisas apontam que até 2024 haverá a criação de 420 mil vagas na área de T.I

    O setor da tecnologia oferece várias oportunidades para quem deseja atuar no mercado, a carreira de programador é um exemplo. Com a principal função de projetar, construir e realizar manutenções em softwares, o programador precisa ter uma visão sistêmica do problema que está resolvendo, e precisa dar atenção aos detalhes. O profissional pode operar em um aplicativo de celular e até na criação de chatbots.

    Iniciar na carreira de programação 

    O primeiro passo para entrar nesse mercado é estar ligado às novas tecnologias, as possibilidades de linguagem e principalmente nas tendências. Entre as principais habilidades do profissional estão: ter raciocínio lógico, ser curioso, habilidades matemáticas e persistência.

    “É uma área com grandes oportunidades, com salários bons e muitas vagas disponíveis. A pessoa que escolhe ser programador tem que gostar de programar, pois é uma profissão  que exige estudo e dedicação fora do ambiente de trabalho para se manter atualizado”, explica Pieper.

    Quando falamos de mercado de trabalho, muitas pessoas conseguem emprego ou estágio após um curso técnico e outras somente depois da faculdade, mas vale levar em consideração que algumas empresas estão dispostas a contratar pessoas que são completamente autodidatas, pois com a internet há muitos recursos disponíveis para aprender a programar profissionalmente por conta.

    Para aqueles que desejam seguir na carreira acadêmica, é possível fazer uma pós-graduação, seja mestrado ou doutorado, com a possibilidade da formação fora do Brasil, no formato de “sanduíche”, em que o aluno passa um tempo fora do país para estudar e depois volta para o Brasil para completar a graduação.

    Mercado de trabalho

    A conquista da vaga tão sonhada em programação pode vir de uma necessidade de mercado. No desenvolvimento web, normalmente,  Node.js, Golang, Python, PHP, Ruby, Java e C# são as mais requisitadas.

    No Brasil, a área de desenvolvimento de jogos também está crescendo, sendo comum a linguagem C# e o motor de jogos Unity, porém, isso varia de empresa para empresa. Já para sistemas de IoT, a chamada internet das coisas, as linguagens de baixo nível são as mais requisitadas, como C e C++.

    De acordo com Ricardo, nos próximos anos, a linguagem Rust pode vir a crescer. A linguagem é utilizada no navegador Firefox, e também em empresas como Microsoft e Amazon AWS. Essas empresas estão adotando a linguagem Rust cada vez mais, devido a sua performance e segurança.

    Abaixo, o Engenheiro de Software da Ubots dá algumas dicas para obter sucesso na carreira:

    É muito importante ter os princípios básicos de programação sempre afiados, ou seja, boas práticas de programação e também padrões de arquitetura de software. É um conhecimento que transcende linguagens de programação e pode ser aplicado em qualquer situação.

    Normalmente, as vagas de programação especificam quais as competências o programador deve ter, como de front-end, em que o profissional cuida da parte visual do sistema, da interface do usuário. Há capacidades de back-end, que o programador cuida do funcionamento “por baixo dos panos”.

    Além disso, há competências de DevOps, que o programador deve automatizar e acelerar processos do ciclo de vida de desenvolvimento, ou seja, do momento em que o código é escrito até colocar em funcionamento para o usuário final. Na prática, atualmente, o profissional de programação com vários anos de experiência entende um pouco de tudo, o que chamamos de “desenvolvedor full-stack”.

    Segundo o site vagas.com, a média salarial de um programador é de R$ 2.774,00. Vale ressaltar que a remuneração pode variar pela região, tamanho da empresa e experiência do profissional.

    Trajetória de um programador

    Para ilustrar o cenário da carreira de programador, Ricardo Pieper conta sua história de aprendizados e conquistas na área de T.I.

    Por volta dos 13 anos, eu queria aprender como criar jogos,  por isso optei por estudar programação. Acho que muita gente da minha idade deve ter passado por esse mesmo caminho. Iniciei um curso técnico aos 14 anos, junto com o Ensino Médio. Três anos depois consegui um estágio em uma startup que usava a linguagem de programação C#, no mesmo ano consegui a efetivação e fiquei nessa empresa até o final de 2013, que totalizou quase dois anos de experiência. Por volta dessa época, comecei minha faculdade em Sistemas de Informação. Ter feito o curso técnico antes da faculdade facilitou muito as coisas, pois eu já havia aprendido a programar. Dessa forma as cadeiras de programação foram bem tranquilas.

    Depois dessa primeira oportunidade, fui para uma empresa que usava a linguagem Genexus e percebi que era uma linguagem com potencial bastante limitado para a minha carreira, visto que ela resolvia um problema muito específico e deixava a desejar como linguagem de propósito geral. Além disso, era uma tecnologia bastante engessada e fechada. Nessa empresa eu era uma das pessoas com mais conhecimento em C#, então consegui me posicionar de forma diferente, devido a isso, pude continuar aprendendo sobre C# ainda mais, mesmo não sendo a tecnologia principal da empresa.

    Por ter aprendido bastante C#, consegui uma vaga na região metropolitana de Porto Alegre trabalhando com ASP.NET e C#. Fiquei nessa empresa por um tempo, mas chegou a um ponto em que eu estava me sentindo estagnado na carreira. Também havia recém terminado a faculdade. Portanto, decidi ir atrás de outras oportunidades, mas não estava conseguindo passar em nenhuma entrevista, justamente por que ainda tinha muita coisa que ainda precisava aprender.

    Em uma dessas entrevistas, o avaliador, que era um desenvolvedor com mais experiência, me sugeriu algumas coisas para estudar, como código limpo e arquitetura de software. Após me aprofundar nesses assuntos, consegui entrar na Ubots como Engenheiro de Software. Além disso, realizei um mestrado na PUCRS, na área de programação paralela distribuída e meu trabalho foi avaliado com distinção.

    Em um ano, a Ubots conseguiu aumentar o time tech em 84%, de 26 colaboradores para 48. A expectativa da startup é construir uma equipe de 70 pessoas.