Síndrome do ninho vazio, um desafio real

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Você já ouviu falar da Síndrome do Ninho Vazio? O termo foi criado pelo psiquiatra Kenneth M. Adams no ano de 1970, para descrever a tristeza e melancolia que alguns pais sentem quando os filhos saem de casa para viverem de forma independente. A expressão refere-se ao sentimento de vazio experimentado após a partida dos filhos, comparando à sensação de um ninho de pássaros vazio quando os filhotes voam para longe.
De acordo com o psiquiatra e psicoterapeuta de Uberlândia, Alfredo Demétrio, a síndrome do ninho vazio é mais comum em pais que tinham suas vidas centradas na criação e cuidado dos filhos. “Quando os filhos saem para iniciar suas vidas adultas, os pais sentem falta de propósito e perdem a identidade e conexão familiar. Essa mudança drástica na dinâmica familiar pode levar os pais a se sentirem solitários, perdidos, sem propósito ou até mesmo deprimidos”, conta.
À medida que nossos ninhos se esvaziam, é natural nos depararmos com uma série de emoções complexas: solidão, melancolia, incerteza, tristeza, nostalgia, sensação de perda, diminuição da autoestima e ansiedade.
“É importante destacar que não se trata de um transtorno, e sim, uma reação emocional natural, já que a transição para uma vida sem a presença constante dos filhos pode ser mais difícil do que imaginamos. Então, devemos reconhecer que a Síndrome do Ninho Vazio é uma experiência válida e que muitos pais enfrentam. Afinal, dedicamos anos à criação e ao cuidado dos nossos filhos, e a mudança pode ser impactante”, afirmou.
O psiquiatra acrescenta que essa fase também pode ser uma oportunidade de redescobrir a individualidade, investir em relacionamentos pessoais e abraçar novas paixões. “O ninho vazio não significa o fim, mas sim o início de um novo capítulo cheio de possibilidades”, finaliza.
A síndrome do ninho vazio não afeta todos igualmente. Cada indivíduo lida de forma diferente com a situação. Ela afeta mais as mães e para lidar com a síndrome do ninho vazio, é importante que os pais encontrem maneiras saudáveis para conviver com seus sentimentos, como buscar apoio de amigos e familiares, participar de grupos de apoio, estabelecer um novo equilíbrio na vida cotidiana, reavaliar metas e objetivos pessoais. Além, de buscar atividades gratificantes que lhes proporcionem satisfação pessoal.
Créditos: Alfredo Demétrio – Psiquiatra e psicoterapeuta
CRM 25646 MG – RQE 19146 – RQE 19385