Novembro Azul: campanha chama atenção dos homens sobre o câncer de próstata

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Estamos no mês da conscientização para o câncer de próstata, marcado em todo o Brasil pela campanha Novembro Azul. Este é o tipo de câncer mais incidente entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma e que de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), deve ter 71.730 novos casos confirmados no país até o fim de 2023. Em Minas Gerais, são esperados 7.970 novos casos – sendo o tipo de câncer com mais diagnósticos no estado, superando até mesmo o de câncer de mama (7.670 casos em 2023).

A próstata é uma glândula localizada na frente do reto, abaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra (canal por onde passa a urina) dos homens. Nos mais jovens, possui o tamanho de uma ameixa, mas com o envelhecimento, o tamanho aumenta. Conforme explica o oncologista do Hospital do Câncer em Uberlândia e Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos, um dos principais fatores de risco para o câncer de próstata é a idade. “O risco individual para a doença aumenta com o envelhecimento, especialmente a partir dos 50 anos, e a história familiar também influencia. Além disso, são fatores a obesidade, o sedentarismo, algumas mutações genéticas, como as mutações nos genes BRCA 1 e 2, também relacionados aos cânceres de mama e ovário, e exposição ocupacional a alguns agentes químicos, como derivados do petróleo”.

Doença silenciosa, mas que pode ser identificada com exames simples

O câncer de próstata, em fase inicial, não costuma apresentar sintomas, mas “com o avançar da doença, surgem sintomas urinários, como dor e dificuldade em iniciar o jato de urina, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e sangramento. Estágios mais avançados podem se manifestar com sintomas de acometimento de órgãos a distância, o caso de dor óssea por metástases”, pontua o especialista.

Por ser um câncer silencioso, os exames de rastreio são fundamentais para um diagnóstico precoce e devem começar com uma avaliação clínica individual em que o médico vai avaliar o risco daquele paciente. Dr. Leonardo pontua que a partir dessa avaliação, será possível discutir com o paciente o papel do rastreamento, seus benefícios e limitações. “A avaliação não deve ser apenas a partir do PSA, ou antígeno prostático específico, que é o exame de sangue, mas deve considerar também o exame físico, fatores de risco e a depender algum exame de imagem como a ressonância multiparamétrica da próstata”.

Hábitos saudáveis e informação salvando vidas

Assim como em outros tipos de câncer, a principal forma de prevenção é se manter ativo e buscar hábitos de vida saudáveis, com uma alimentação balanceada a atividade física regular na rotina.

Por medo, tabu ou desconhecimento, muitos homens descuidando de si, sobretudo em relação aos exames preventivos. Entretanto, compreender os riscos da doença é fundamental para preveni-la ou diagnosticá-la precocemente. “Os homens historicamente buscam serviços de saúde em último caso, quando os sintomas se tornam exorbitantes, refratários a automedicação. Sempre se tem o velho tabu de que “se procurar acha”, então acabam negligenciando sua saúde por medo. A questão do exame de toque assusta alguns homens também, por preconceito, apesar de que o raciocínio do rastreamento vai muito além do exame do toque. Então a melhor forma de se vencer esses e outros tabus é com a educação”, alerta o médico.