Na semana do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado nesta sexta-feira (02), a discussão sobre a inclusão dos estudantes no Ensino a Distância (EaD) ou no Ensino Remoto, se torna imprescindível. Essas novas “modalidades”, apresentam algumas características diferentes, por exemplo, no EaD as aulas normalmente são gravadas previamente e no Ensino Remoto, os professores ministram as aulas ao vivo. É importante entender essa diferença, pois cada uma possibilitará uma resposta à demanda de Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Cláudia Helena Cruz é professora da Una Uberlândia, instituição que faz parte da Ânima Educação, e comenta que de fato existem grandes desafios na inclusão de estudantes com autismo, tanto no Ensino EaD, quanto no Ensino Remoto. “Alguns estudos mostram que se a pessoa com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) não possuir nenhuma outra comorbidade associada, ela pode ter desenvolvimento. Contudo, é importante frisar que cada caso deve ser analisado individualmente. As aulas, atividades propostas e avaliações devem ser adaptadas de acordo com as necessidades de cada pessoa”, explica ela.
A inclusão da pessoa com TEA, também enfrenta outros diferentes obstáculos. Segundo a professora, dentre essas principais dificuldades está o fato de que incluir é diferente de integrar. “Não basta colocar a pessoa com deficiência dentro de escolas, é preciso que os professores estejam qualificados para lidarem com essas demandas específicas. Os professores também necessitam do respaldo de outros profissionais como psicólogos e psicopedagogos para o atendimento educacional especializado”, compartilha Cláudia, e ainda ressalta que com pilares como inclusão e acesso, que fazem parte da Una Uberlândia, é possível trabalhar para que alunos tenham atendimentos pautados nesses quesitos. “Cada um possui suas necessidades e o conhecimento e informação precisam ser transmitidos de uma forma que todos compreendam. Assim, podemos seguir juntos rumo a uma sociedade mais inclusiva”, comenta.
Cláudia aponta que outro obstáculo que envolve a educação inclusiva é fazer com que a legislação tenha ampla eficácia na garantia de todos os direitos da pessoa com deficiência. “É importante observar que a pessoa com TEA tem todos os direitos garantidos pela Constituição de 1988. Por isso, todas as leis precisam ser verdadeiramente implementadas e terem ampla eficácia”.
Para avançarmos no que já conquistamos, algumas iniciativas são fundamentais no processo de inclusão. Cláudia finaliza pontuando três pontos importantes no processo de inclusão. “Primeiro é garantir de forma ampla a cidadania da pessoa com deficiência. A segunda é a implementação de políticas públicas eficazes, na Educação Básica e Ensino Superior, respeitando as necessidades individuais de cada pessoa. A terceira envolve a conscientização de que a inclusão envolve todos os espaços sociais que formam a sociedade, portanto é responsabilidade de todas as pessoas. Só assim conseguiremos contribuir para romper os preconceitos já fixados e possibilitar que as pessoas com deficiência sejam verdadeiramente incluídas”, finaliza ela.