Aos 80 anos, maestro Jorge Antunes apresenta concerto especial nesta sexta-feira (11)

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Dirigido e protagonizado pelo maestro, o espetáculo conta com o Grupo Experimental de Música Nova Brasileira (Gemunb), criado por ele em 1974

O espetáculo desta semana do projeto Sextas Musicais leva ao público, presencial e online, um concerto muito especial. Será uma homenagem aos 80 anos do maestro Jorge Antunes, completados em 2022. Na apresentação, dirigida por ele nesta sexta-feira (11), às 20h, o maestro será acompanhado pelo Grupo Experimental de Música Nova Brasileira (Gemunb), fundado por Antunes em 1974. A atração acontece presencialmente na Casa Thomas Jefferson, em Brasília (com entrada gratuita), e com transmissão ao vivo  pelo YouTube da Casa Thomas Jefferson.

Na oportunidade, haverá também o lançamento do novo CD do maestro, um CD duplo publicado pelo Selo SESC intitulado Jorge Antunes, Cordas Dedilhadas. No álbum, estão algumas das mais importantes e recentes obras de Antunes para violão, viola caipira, alaúde barroco e harpa. O Gemunb foi fundado por Jorge Antunes em 1974, em Brasília, e vem, desde então, divulgando a música nova. A atual formação do grupo conta com Álvaro Henrique no violão, Marcus Antunes no violino, Fernando Henrique Machado no clarinete e sax tenor, e Jorge Antunes na eletrônica.

Jorge Antunes formou-se em violino, composição e regência na Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil (atual UFRJ). Em 1961, se destacou como precursor, no Brasil, da música eletrônica, ao mesmo tempo em que ingressava no curso de Física da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi). Em 1969-1970, realizou estudos pós-graduados em composição no Instituto Torcuato Di Tella de Buenos Aires. Em 1970, continuou suas pesquisas no Instituto de Sonologia da Universidade de Utrecht, com uma bolsa do governo holandês e, em 1971/73, ganhou uma bolsa do governo francês para um curso de aperfeiçoamento no Groupe de Recherches Musicales de l’ORTF, onde atuou como compositor-estagiário. No mesmo período iniciou o doutorado em Estética Musical na Sorbonne, Universidade de Paris VIII.

Em 1973, Antunes ingressou no corpo docente da Universidade de Brasília. Aposentou-se em 2011 após 37 anos de trabalho docente, ministrando as disciplinas Composição Musical, Acústica Musical e Contraponto e Fuga. Obteve vários prêmios nacionais e internacionais e tem suas obras permanentemente programadas em concertos e festivais na Europa. Tem vários CDs e livros publicados e seu nome é verbete em todas as importantes enciclopédias musicais.

É membro efetivo eleito e vitalício da Academia Brasileira de Música. As suas obras são publicadas por importantes editoras internacionais. Em 2012, foi homenageado pelo governo francês, recebendo do Ministério da Cultura daquele país o título de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres. No mesmo ano foi homenageado pela Assembleia Legislativa do DF com o título de Cidadão Honorário do Distrito Federal.

As suas óperas têm alcançado grande sucesso internacional. Um de seus mais importantes trabalhos na área, a ópera Olga, teve sua estreia europeia em 2019 na Ópera Baltyka Gdansk, Polônia, com grande sucesso. Novas récitas na Polônia foram realizadas em 2021 em streaming, em razão da pandemia.

Essa ópera estreou em 2006 no Theatro Municipal de São Paulo em cinco récitas, e em Brasília, em 2013, em três récitas, no Teatro Nacional Claudio Santoro. Recentemente, concluiu a composição de uma nova grande ópera intitulada Leopoldina, encomendada pela Holding Icatu.

Sobre o Grupo Experimental de Música Nova do Brasil
O Gemunb foi fundado em outubro de 1973 por Jorge Antunes, quando este chegou à Universidade de Brasília depois de longa estada no exterior. Foi o primeiro grupo a praticar música eletrônica ao vivo no Brasil, na época usando sintetizador analógico.

À época a sigla era a abreviatura de Grupo de Experimentação Musical da Universidade de Brasília. Após sua aposentadoria da UnB, em 2011, Jorge Antunes continuou com o grupo usando a mesma sigla, passando a ser a abreviatura de Grupo Experimental de Música Nova do Brasil.

Em 1975 o Gemunb fez turnê na Europa, tocando em vários países, gravando na BRT de Bruxelas, BBC de Londres, Rádio Nacional de Madrid e RAI de Roma. O grupo realizou as primeiras audições mundiais de obras de Luis de Pablo, Franco Ferrario, Azio Corghi, Jorge Antunes, Ricardo Tacuchian, Tomas Marco, dentre outros. Fez a primeira audição no Brasil de obras de John Cage (Cartridge Music), Karlheinz Stockhausen (Verbindung) e Terry Riley (In C).

Em 1995, o grupo montou as óperas para crianças de Jorge Antunes: O Rei de uma Nota Só e A Borboleta Azul. Essas duas óperas foram gravadas pelo Gemunb em 1996, para um CD publicado com o patrocínio do FAC, do GDF.

Em 2002, a Editora da UnB editou o CD do Gemunb com obras de Jorge Antunes. Em 2003, com nova formação, o grupo se apresentou com enorme sucesso em concertos durante do III Encontro Internacional de Música Eletroacústica. Nos últimos anos, Jorge Antunes e seu grupo têm se apresentado em concertos locais e no Rio de Janeiro, nas Bienais de Música Brasileira Contemporânea.

A partir de 2011, o Gemunb passou a ter a seguinte formação: Jorge Antunes (direção, sons eletrônicos e computador); Felix Alonso (clarinete); Marcus Antunes (violino); Fernando Henrique Machado (clarinete-baixo e saxofones); Mariuga Lisboa Antunes (piano). Com essa formação, o Gemunb fez, em outubro de 2012, uma turnê na Europa e no Oriente-Médio, com concertos monográficos de obras de Jorge Antunes em Berlim, Viena, Salzburg e Tel Aviv. Com o computador, o compositor faz processamento, em tempo real, dos instrumentos acústicos.

A atual formação do grupo conta com Álvaro Henrique no violão, Marcus Antunes no violino, Fernando Henrique Machado no clarinete e sax tenor, Wladimir Barros no baixo elétrico e Jorge Antunes na eletrônica.

A Casa Thomas Jefferson e as Sextas Musicais
O centro binacional, entidade sem fins lucrativos, foi criado na capital federal para contribuir para o desenvolvimento dos habitantes por meio de experiências singulares em cultura e educação. Idealizada desde a inauguração da cidade por um grupo formado por brasileiros e norte-americanos, iniciou as suas atividades em 1963, modestamente, em salas comerciais na Quadra 510 da W3 Sul e segue fiel ao seu estatuto e compromisso com a sociedade.

As Sextas Musicais são um tradicional evento de Brasília. Desde 1987, a Casa Thomas Jefferson realiza esses concertos gratuitos e com classificação indicativa livre, mantendo-se fiel à missão de conectar e transformar vidas através de gerações por meio de experiências singulares. O projeto destaca-se no cenário de Brasília e do Brasil e pode ser considerado um patrimônio imaterial da capital por sua contribuição à sociedade, às instituições e à comunidade artística. A excelência em todas as áreas em que a Casa Thomas Jefferson adquiriu ao longo de seis décadas e que agora é expandida para outras cidades no Brasil deve ser considerada, com legitimidade, típica e oriunda de Brasília para o Brasil.

Prestigie!
Jorge Antunes com o Grupo Experimental de Música Nova do Brasil (Gemunb)
*Quando: 11 de novembro de 2022
*Horário: 20h
*Local:   CTJ HALL Casa Thomas Jefferson (Em Brasília, na SEP Sul 706/906) e transmissão ao vivo no canal da Casa Thomas Jefferson no YouTube https://www.youtube.com/user/ctjonline/videos
*Classificação indicativa: Livre