É possível clarear as manchas de melasma?

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Thassiana Guedes

Associar procedimentos dermatológicos às rotinas e cuidados em casa auxiliam a ter o resultado tão esperado

O melasma incomoda muitas pessoas. Quem tem as manchas escuras na pele, cuja  causa ainda não é totalmente esclarecida, apresenta dificuldades de se olhar no espelho e, em alguns casos, evita ficar com a pele natural perto de outras pessoas.

Segundo a médica Thassiana Guedes, da Clínica Audatti, o melasma é uma condição crônica, que se caracteriza pelo surgimento de manchas escurecidas na pele, mais comum na face, principalmente nas bochechas, mas que também pode ser de ocorrência extrafacial, com acometimento dos braços, pescoço e colo. Ela afeta principalmente as mulheres, mas também pode aparecer nos homens. Muitas vezes, as pessoas com melasma podem agravar a condição com um tratamento ou procedimento inadequado, realizado por conta própria.

A médica explica que o melasma envolve uma série de alterações que vão desde a camada mais superficial até a mais profunda da pele. Então, entender como está a pele de cada paciente, faz toda a diferença, já que o tratamento deve ser individualizado.

Não há uma causa definida, mas muitas vezes esta condição está relacionada ao uso de pílulas anticoncepcionais, à gestação e, principalmente, à exposição solar. Além disso, a predisposição genética também influencia no surgimento desta condição.

“O que a medicina já sabe explicar sobre o melasma? A gente entende que o melasma não é só uma desordem que leva a nossa pele a produzir mais pigmento. Existe todo um comprometimento das camadas da pele. O paciente com essa condição tem uma superfície da pele mais permeável, mais sensível, além de fibras elásticas alteradas,  aumento de vascularização, com proliferação de vasos, entre tantos fatores”, explica Thassiana.

Como melhorar as manchas na pele

Como tratar essa pele, já que são tantas as camadas envolvidas? Estudos mostram que para apresentar mais resultados, é necessário estimular a produção de colágeno, melhorar a qualidade da pele e diminuir a proliferação de vasos no local. As pessoas com melasma devem sempre se proteger do sol, utilizando protetor solar, roupas, chapéus, bonés, óculos escuros, sombrinhas e guarda-sóis. Todas as medidas que evitem a exposição solar da região acometida e do restante do corpo devem ser tomadas.

De acordo com Thassiana Guedes, atualmente existem vários tratamentos, consagrados e respeitados no mundo todo, como tecnologias a laser, utilização de produtos como o ácido tranexâmico, seja por drug delivery, injetável ou até mesmo oral, além de outros ativos clareadores que podem diminuir a mancha a curto e médio prazo.

“Vale destacar que não existe tratamento milagroso. Quando as manchas são mais superficiais, é mais fácil remover. Quando o melasma está mais profundo, ele requer mais tempo de intervenção e procedimentos. O importante é insistir no tratamento. Pode ser que nas primeiras semanas, no primeiro mês, o paciente não tenha aquele resultado que sonha. Mas se mantiver o tratamento utilizando o protetor solar corretamente e os cremes clareadores necessários para o rosto, terá uma maior chance de sucesso. E quando a gente percebe que o tratamento em casa não consegue dar aquele resultado desejado, vale a pena investir em procedimentos realizados nas clínicas de dermatologia”, esclarece.

Para o tratamento do melasma são indicados peelings que vão promover uma renovação celular e tem ação clareadora, além de tecnologias como laser de thulium, laser Q-switched, entre outros.

“Sabemos que o segredo de um bom tratamento é associar esses procedimentos dermatológicos às rotinas e cuidados que precisa ter em casa. Além disso, é fundamental a consulta dermatológica, para avaliarmos se seus hábitos diários, de sono ou medicamentos em uso podem estar favorecendo o aparecimento dessas manchas ou dificultando o tratamento. Às vezes trocar a caminhada de manhã por uma caminhada a noite faz toda diferença. Intensificar o uso do filtro solar, reaplicá-lo ao longo do dia, ter o cuidado de passar toda noite o creme clareador. São coisas pequenas, mas que dão grande resultado na pele, deixando-a mais bonita e com uma melhora progressiva”, destaca a médica.

O melasma sempre tende a voltar, pois, segundo Thassiana, não existe nenhum tratamento, medicação oral, creme clareador ou procedimento milagroso que vá trazer a cura, já que se trata de uma condição crônica. “O importante é fazer um diagnóstico correto, e ajustar a rotina de cuidados. Cada um tem sua individualidade, por isso cada paciente reage de uma maneira ao tratamento. Procure o seu dermatologista e converse com ele. Troque ideias sobre os cremes, sobre os procedimentos, discuta o seu caso. Faça uma rotina de skincare adequada e aí sim você vai ter um bom desempenho no tratamento. O melasma ainda não tem cura, mas é possível ter qualidade de vida e uma pele mais bonita”, finaliza.