Especialista lista cuidados e danos que veículos podem sofrer ao enfrentar alagamentos
Com a chegada do período de chuvas, praticamente todo estado está em atenção. Nessa época é comum vermos cenas de enchentes em diversas regiões, com ruas e avenidas alagadas por causa do transbordamento de córregos e rios. Com isso, quem transita de carro pelas vias corre um risco ainda maior. Quando a água em excesso entra nos automóveis, diversos equipamentos podem ser comprometidos, como sistema de admissão de ar, motor e componentes elétricos, pois os veículos não foram projetados para essas situações.
Para o professor de Engenharia Mecânica da Pitágoras de Governador Valadares, Lucas Pereira Soares, a travessia de trechos alagados deve ser realizada em último caso e se o nível da água estiver abaixo do meio da roda do carro. “Muitas vezes é impossível evitar o trecho tomado por água, mas prefira contornar as partes com alagamentos, mesmo que seja em áreas urbanas. Os carros não devem ser usados nessas situações, pois apesar do fator tecnológico, muitos componentes não são à prova d´água”, informa Lucas.
O professor alerta que os prejuízos causados pela passagem do carro dentro de enchentes podem ser irreversíveis. “Isso pode ocasionar até a perda total do automóvel. Mesmo veículos grandes e 4×4, como jipes, não devem se arriscar no trânsito por essas zonas”, alerta.
Outro ponto importante citado por Lucas é que com a travessia em zonas alagadas, os motoristas estão colocando sua integridade em risco. “A visibilidade fica comprometida, buracos e obstáculos na via ficam escondidos e, se tiver outros veículos atravessando as ondas, podem elevar o nível da água. O ideal é estacionar em lugar seguro, longe de árvores, torres de transmissão e placas de propaganda”, esclarece.
O professor dá algumas dicas para aumentar a segurança dos motoristas durante as chuvas:
– Planeje sua rota e, mesmo conhecendo a região, avalie a possibilidade de um caminho alternativo, uma vez que imprevistos podem acontecer;
– Ao dirigir em áreas alagadas, o carro deve se manter em marcha reduzida, com uma aceleração constante e velocidade média, o suficiente para formar uma pequena movimentação na água à frente do para-choque;
– Não acione a embreagem e não troque de marchas durante o trajeto. Faça isso apenas ao chegar em um local seco e seguro;
– Mantenha uma distância maior do carro à frente, assim você permite mais tempo e espaço para manobras em caso de problemas e evita acidentes;
– Desligue rádio, ar-condicionado, luz interna e tudo que não for fundamental para sua segurança durante a travessia, pois o veículo pode apresentar aumento do esforço para vencer a resistência da água.
“Após passar por essas áreas o veículo deve ser levado para uma revisão completa, com avaliação dos componentes mecânicos e eletrônicos, troca do óleo e filtros, verificação do óleo da transmissão e dos eixos diferenciais, checagem do filtro de ar e do sistema elétrico, limpeza imediata dos estofados, carpetes e sistema de ventilação”, conclui o especialista.