Obras do artista mexicano Javier Gómez Fernández, seguem em exposição no “Museo Comunitario Quetzalpapalotl”

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Obras do artista mexicano Javier Gómez Fernández, seguem em exposição no “Museo Comunitario Quetzalpapalotl”

Javier Gómez Fernández é graduado em Artes Visuais com ênfase em escultura surrealista, e suas obras podem ser vistas até o final de maio no “Museo Comunitario Quetzalpapalotl”, na cidade de Teotihuacán.
Javier descobriu a sua paixão pela escultura, graças ao incentivo de sua mãe e de sua avó. Seu caminho nas artes teve início aos 13 anos quando vendeu a sua primeira escultura.
Ao final da licenciatura em Artes Visuais, focou na área gráfica, onde ao longo de  10 anos se especializou no desenvolvimento de projetos com questões sociais (direitos humanos, sexualidade, género, equidade, jornalismo)”.
“Nessa época passsei por um processo de amadurecimento em que descubro e aprofundo minha percepção do mundo e da minha própria existência, estruturando uma postura crítica e reflexiva sobre a vida, postura que dez anos depois, quando retorno à arte, facilitou para eu projetar essas emoções e sentimentos no meu trabalho”, conta Javier.
Na sua volta à arte, o artista faz um percurso de experimentação; cursos acadêmicos e ingressa num jardim de arte, o que lhe permitiu afinar a própria técnica e conceitos, ao mesmo tempo que pode observar a percepção que as pessoas têm do seu trabalho.
Alguns anos depois com o amadurecimento da sua proposta, encontra um equilíbrio entre técnica e sentimento, refinando um estilo que o caracteriza, uma “estética clássica em contraste com elementos contemporâneos, com uma corrente surrealista, com fortes referências ao maneirismo e acabamentos rústicos essa dotação de caráter para as obras. Para mim, falhas e cicatrizes são o que nos edifica.” define o artista.
O trabalho do artista mexicano faz parte de um processo reflexivo e introspectivo que busca conectar as emoções humanas com um plano espiritual, convidando quem as olha a viver um momento efêmero de ponderação, porque para ele essa é a função da arte: fugir, até por um momento, do mundano, do dia a dia, do consumo, movendo-se para sentir algo mais profundo. Suas peças falam alegoricamente sobre sentimentos, emoções e reflexões.
Segundo Javier, o olhar se tornou um fator que nos deteriorou como ser humano, tudo é visual, somos bombardeados com muitas informações e tendências, e isso condicionou nosso comportamento, só vemos e buscamos ser vistos, precisamos criar a imagem correta para pertencer. Não há tempo para reflexão, empatia, introspecção. Tudo é efêmero, acelerado, funcional. “E é por isso que a principal característica dos  trabalhos do artista são a falta de um olhar humano, sinto que se o eliminar, só fica o sentimento, a religação com algo mais profundo e espiritual”, complementa ele.
Outro aspecto fundamental de seu trabalho é que sempre procura sair do suporte. Para Javier, é uma forma de representar a arte como uma entidade, que se desprende do criador para se tornar um
ligação entre o ser humano e o seu reflexo.
Por outro lado, nos seus trabalhos ele brinca com uma saturação de detalhes em contraste com os acabamentos grosseiros e ásperos, Javier disse que não costuma lustrar suas peças,  pois gosta que nelas se reflitam as marcas de sua mão.
 “Esta é a minha forma de dar-lhe humanidade, espírito. O ser humano é um equilíbrio de razão e sentimento, temos partes polidas, detalhadas, mas também temos partes ásperas que não conhecemos, cicatrizes que nos formam e nos constroem.
Todas as minhas esculturas são peças únicas, gosto de modelar e finalizar a peça no material final, desta forma sinto que mantém a sua “alma”, além de não ter as limitações de uma peça para reprodução. O resultado é um final mais orgânico, detalhado e fresco. Por outro lado, é consistente com o meu sentimento, pois para mim a arte deve ter um caráter único, não industrial”, finaliza Javier.

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