Quais são os benefícios do pré-natal para a mamãe e para o bebê?

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Nenhuma gravidez é igual e as mamães sabem disso. Entretanto, o que não muda é a importância do pré-natal. Essencial para garantir que a mamãe e o bebê tenham uma gestação e um parto saudáveis e sem nenhuma complicação, o acompanhamento do pré-natal, além de prevenir e diagnosticar precocemente doenças e problemas que podem se agravar, também orienta a mamães sobre temas importantes referentes à maternidade. Ou seja, descobriu que está grávida? Comece a fazer seu pré-natal!

E, para te ajudar nesse momento tão especial e único, conversamos com a Dra. Sarah Araújo Rocha Gonçalves, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Clara. Vamos te ajudar a entender quais são os benefícios do pré-natal.

O que é o pré-natal e porquê as mamães devem fazer?

O pré-natal é o acompanhamento médico que as gestantes fazem desde o momento da confirmação da gravidez até o período do parto.

Assim, durante os 9 meses, as mamães deverão consultar seus médicos obstetras para monitorar a gravidez e a saúde delas e de seus bebês.

Futuras mamães devem fazer o pré-natal, pois, por meio dele é que os médicos observam, por exemplo: a pressão arterial, o ganho de peso, a alimentação, o crescimento do bebê, sua movimentação…Ou seja, tudo que pode acontecer e trazer algum problema no período gestacional. “A realização do pré-natal representa papel fundamental na prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante”, alerta a doutora.

Existe mais de um tipo de pré-natal?

Sim, existem 2 tipos de pré-natais e eles variam de acordo com a saúde e condições de gravidez das mamães. São eles:

Pré-natal de risco habitual

Destinado às gestantes que não apresentam nenhum tipo de comorbidade ou doença que possa se agravar no período da gestação.

Pré-natal de alto risco

Esse já é voltado para as gestantes que possuem ou que vão desenvolver durante a gravidez algum fator patológico que pode vir a afetar diretamente a gestação.

Por exemplo as mamães que já são hipertensas, durante o pré-natal precisarão de um acompanhamento de alto risco, de um olhar especializado do médico obstetra ou outros especialistas (dependendo do problema).

De acordo com a obstetra, diversos fatores são avaliados para classificar a gestante (como alto risco). “Basicamente, as gestantes com alto risco se enquadram em três condições:  as mulheres com doenças crônicas prévias à gestação, aquelas que tiveram uma gestação anterior de alto risco e aquelas que identificam, no curso da gravidez, uma condição ou doença que vai oferecer risco para ela e a para o bebê”, explica.

Qual a importância do pré-natal na gestação?

Um pré-natal bem feito não só oferece uma gestação saudável e tranquila para as mamães, como influencia na hora do parto.

Desse modo, o pré-natal é de suma importância, pois ele vai:

– Preparar a mulher para a maternidade, trazendo informações educativas sobre o parto e o cuidado da criança;

– Orientar sobre o uso de medicamentos que possam afetar o bebê ou o parto ou medidas que possam prejudicar a saúde do pequeno;

– Tratar doenças existentes, que de alguma forma interfiram no bom andamento da gravidez;

– Fazer prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de doenças próprias da gestação ou que sejam intercorrências previsíveis dela;

– Orientar psicologicamente as mamães para o enfrentamento da maternidade;

– Orientar a grávida com relação à dieta, higiene, sono, hábito intestinal, exercícios, vestuário, sexualidade, hábitos de fumo, álcool, drogas e outras eventuais orientações que se façam necessárias.

– Diminuir a ansiedade e a insegurança das mamães em relação ao partoa solidão, a dor, ao ambiente hospitalar, ao bebê nascer com problemas e outros temores;

– Promoção e manutenção do bem-estar físico e emocional ao longo do processo da gestação, parto e nascimento;

– Informação e orientação sobre a evolução do trabalho de parto.

Quais exames eu devo fazer durante o pré-natal?

Durante as consultas de pré-natal, o médico irá pedir diversos exames, que variam de acordo com o tempo de gravidez. “Exames complementares podem ser necessários de acordo com o risco da gestação, como o Ecocardiograma fetal”, explica Dra. Sarah.

Confira os exames solicitados conforme o tempo gestacional:

Primeiro Trimestre

– Tipagem sanguínea e fator Rh;

– Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo);

– Glicemia em jejum;

– Dosagem de TSH e T4 livre;

– Sorologias infecciosas para  sífilis, rubéola, citomegalovírus (somente para grupo de risco), HIV, toxoplasmose IgM e IgG, hepatite B (HbsAg) e C;

– Urocultura + urina tipo I;

– Citopatológico de colo de útero (papanicolau), se for necessário;

– Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica);

– Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica);

– Ultrassonografia obstétrica inicial;

– Ultrassonografia morfológica de primeiro trimestre (avalia o risco de algumas síndromes cromossômicas), realizado entre 11 semanas e 3 dias a 13 semanas e 6 dias.

Segundo trimestre

– Teste de tolerância oral à glicose para diagnóstico de diabetes gestacional (recomendado entre 24 a 28 semanas);

– Ultrassonografia morfológica do segundo trimestre, feita entre 20 e 24 semanas com o intuito de identificar malformações fetais estruturais, como por exemplo fenda labial e anomalias congênitas cardíacas. Nessa fase da gestação, já é possível determinar o sexo do feto.

 Terceiro trimestre

–  Hemograma;

–  Sorologias para sífilis, HIV, toxoplasmose (se permanecer negativa) e hepatites B e C;

–  Pesquisa do estreptococo do grupo B (entre 35 e 37 semanas);

– Ultrassonografia obstétrica para avaliação do crescimento fetal (entre 34 e 37 semanas).

O que eu devo perguntar nas consultas de pré-natal?

Essa é uma dúvida que todas as mamães têm, mas calma!

Nas consultas, aproveite e pergunte tudo, não só sobre questões físicas, mas dê atenção para os sentimentos e emoções também.

Fale sobre o crescimento do bebê, os sinais vitais, quais os incômodos da gravidez… Fale sobre enjoo, azia, dor de cabeça.

E conte como você está lidando com o momento, como está sendo a evolução e modificação do corpo. Desabafe sobre seus anseios e medos!

Além disso, confie no seu médico e faça com que as consultas pré-natais sejam uma boa experiência.

“As perguntas de maior frequência referem-se às restrições no período gestacional, a alimentação, a atividade física, ao uso de medicamentos, aos cuidados necessários para que a gravidez seja tranquila e ao parto. É essencial que a mulher tire todas as suas dúvidas, o médico assistente é a melhor pessoa para esclarecê-las”, finaliza a obstetra.

Fonte: Dra. Sarah Araújo Rocha Gonçalves – Ginecologista e Obstetra

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