Centenas de estudantes participam de caminhada em prol do combate ao bullying

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Colégios Ann Mackenzie e Batista Mineiro, no Granja Marileusa, promovem ações pela paz no ambiente escolar

Cerca de 450 estudantes do Ensino Fundamental 1 do Colégio Ann Mackenzie, unidade do bairro Granja Marileusa, na zona leste, vão participar de uma caminhada nesta sexta-feira (19). O ato faz parte do conjunto de ações do colégio em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, cuja data instituída é 7 de abril. Durante este mês, instituições de ensino de todo o país reforçam as medidas contra agressões psicológicas e físicas no ambiente escolar.

A caminhada tem início às 14h30, com crianças de 6 a 11 anos de idade, e vai percorrer os arredores do colégio, com uma parada no Espaço Ciranda, praça de eventos do bairro. O objetivo da ação é chamar a atenção das famílias, das autoridades e da comunidade em geral para a importância do tema.

A ação conta com o apoio da Associação de Moradores e Empresas (AME) do Granja Marileusa na parte de segurança no trânsito. “A AME é apoiadora das ações sociais para que alcancem a comunidade e, no caso desta, para que vá além dos muros da escola”, disse a diretora-executiva da associação, Juliana Bernardeli Hofman.

De acordo a coordenadora da Educação Infantil e do Ensino Fundamental 1 do Ann Mackenzie, Simone Beatriz Baltazar, as abordagens sobre bullying permeiam o dia a dia da escola durante todo o ano e, neste mês, são reforçadas. Ela explica que, entre as medidas, estão a realização de um concurso interno de desenho, com o nome “Faça amigos, não faça bullying”, a adoção de uma cartilha sobre o tema, um mural de recados positivos, palestras, rodas de conversa e encontros devocionais.

A unidade do Colégio Batista Mineiro instalada no Granja Marileusa também está promovendo ações neste mês com o intuito de reforçar a busca contínua por um ambiente pacífico. Além do bullying presencial, outra modalidade chama a atenção da comunidade escolar em geral e exige medidas para combatê-la: o cyberbullying, aquele praticado no ambiente virtual, principalmente pelas redes sociais. Este é o tema de uma palestra que será promovida pelo colégio nesta quinta-feira (18). Durante toda a semana estão sendo realizadas outras palestras.

Outra ação consiste em mensagens espalhadas por todos os ambientes do colégio, lembrando que os alunos não devem praticar bullying. A instituição também promove durante todo o ano letivo projetos voltados para a manutenção de um ambiente sem violência.

“Nosso colégio tem um programa socioemocional com ensinamentos sobre virtudes e valores, ofertado desde a educação infantil até o ensino médio. O assunto ‘bullying’ é conversado em atividades realizadas com pais ou responsáveis, com os estudantes, colaboradores e toda a comunidade escolar”, disse do diretor do Colégio Batista, Marciley Neves.

Legislações
A data escolhida para dar ênfase a ações contra a prática do bullying no Brasil, 7 de abril (Lei nº 13.277/2016), lembra o massacre de Realengo, ocorrido deste dia, em 2011, no Rio de Janeiro. Um ex-aluno de uma escola municipal invadiu a instituição, matou 12 estudantes e feriu outros 13. Desde então, os debates sobre violência nas escolas e os projetos para combater este problema foram ampliados e sistematizados, culminando com a aprovação de leis específicas para tratar do tema e na adoção de medidas de conscientização e pacificação dentro das instituições de ensino.

Em 2015, foi instituído o Programa de Combate à Intimidação Sistemática – bullying – (Lei nº 13.185/2015) estabelecendo o papel das escolas, mas sem a previsão de punição para quem adota tal conduta. Neste ano, a proteção legal de crianças e adolescentes contra a violência ganhou mais um reforço. Foi sancionada a Lei nº 14.811/2024 que, entre outras mudanças, torna crime as práticas de bullying e cyberbullying, tipificando tais práticas no Código Penal.