A maior longevidade dos gatos domésticos exige cuidados mais específicos para manter a saúde e qualidade de vida destes pets
Gatos são animais discretos capazes de disfarçar sensações e desconfortos como estratégia instintiva. Com o aumento da longevidade dos pets, os tutores de felinos têm acompanhado mais de perto o envelhecimento do felino, processo natural que inclui algumas necessidades de cuidados específicos.
Por mais saudável que seja, o processo de envelhecimento traz consigo diversas mudanças fisiológicas e de comportamento que devem ser compreendidas e atendidas pelo tutor do pet. Para falar mais sobre o assunto, o médico veterinário Alexandre Daniel, especialista em medicina felina, trouxe algumas dicas importantes para a qualidade de vida e bem-estar do felino sênior:
1 – Visitas ao Médico Veterinário
Para garantir que o envelhecimento do pet está sendo um processo saudável, é importante aumentar as visitas ao médico veterinário para no mínimo 1 visita a cada 6 meses, principalmente para os gatos acima dos 10-12 anos de idade. Essa necessidade existe devido as alterações que são observadas no pet, como a diminuição da massa muscular (sarcopenia), redução da acuidade visual e auditiva, menor sensação de sede e maior tendência à desidratação, e alterações no metabolismo digestivo, que podem exigir mudanças na dieta. Sem contar as alterações cognitivas (o “Alzheimer felino”) que podem ser confundidas com processos patológicos por promover mudanças de comportamento no animal.
Algumas doenças apresentam alterações semelhantes às observadas no processo natural do envelhecimento, por isso é importante que o acompanhamento do felino seja feito de forma contínua e por um profissional habilitado. A detecção de problemas na fase inicial possibilita intervenções e acompanhamento específico, dedicado a melhorar a expectativa e a qualidade de vida do animal.
2 – Atenção redobrada às doenças mais comuns nos felinos idosos
Mais da metade dos gatos acima de 14 anos apresenta doença renal crônica, na maior parte das vezes com sintomas iniciais sutis e quase imperceptíveis pelos tutores. Observar a rotina do animal, tanto a ingestão de água quanto a frequência urinária é importantíssimo nesta faixa de idade.
Cerca de 90-95% dos gatos acima de 12-14 anos apresentam doenças articulares, sendo a causa mais comum de dor em gatos. As principais manifestações estão relacionadas às alterações de mobilidade e mudança no comportamento em casa.
3 – Principais mudanças de comportamento dos gatos idosos
Algumas alterações cognitivas são frequentes nesta faixa estaria, assim como a alteração do ciclo de sono. Ainda assim, é esperado que gatos saudáveis e sem dor continuem a exercer suas atividades rotineiras e exibir o seu comportamento natural em casa. Felinos idosos e saudáveis também arranham, se esticam, pulam e brincam!
4 – Evite mudanças no ambiente
Gatos são animais de rotina, por isso manter a casa como eles estão acostumados é fundamental para a tranquilidade do felino idoso, principalmente nos casos em que já existe uma menor acuidade visual.
Nos casos dos pets com diminuição de mobilidade por dor osteoarticular, a adaptação da casa é importante, sempre visando facilitar o acesso às caixas de areia e vasilhas de água e comida. Janelas, beirais e outros locais frequentemente utilizados pelo gato também podem ser adaptados para que ele possa continuar com sua rotina e comportamentos naturais.
5 – Dieta equilibrada
Doenças gastrointestinais crônicas também são bastante observadas na clínica médica com animais sêniores, por isso é muito importante seguir uma dieta equilibrada recomendada pelo médico veterinário. Em alguns casos, a utilização de suplementos específicos corretamente prescritos pelo médico veterinário do felino podem ser adjuvantes importantes para o melhor envelhecimento do pet.