A vacina BCG só faz efeito se tiver marquinha?

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Olhe para o seu braço direito… Viu uma marquinha da vacina? Ela é causada pela vacina BCG.

A marca é tão comum na população brasileira que gerou até um mito sobre ela, mas antes de te contar sobre essa história, vamos falar primeiro sobre a vacina!

A causa dessa marca é a vacina usada para prevenir a tuberculose, a Bacillus Calmette-Guérin, mais conhecida como BCG.

O mito que se difundiu sobre ela é de que a vacina só faz efeito quando a marquinha aparece… Mas será mesmo?

Quer saber mais? Hoje a Dra. Ariadne Bertarini, pediatra do Hospital Santa Clara te conta mais sobre a Vacina BCG.

Para que serve a BCG?

“Aplicada ainda na maternidade ou no primeiro mês de vida, a BCG é uma vacina feita de bactérias vivas atenuadas que protege principalmente contra as formas graves de Tuberculose, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar. A vacina disponibilizada no sistema público é idêntica à que é feita nas maternidades e nas clínicas particulares”, ressalta a pediatra.

Mas, e a marquinha?

Pois bem, voltando à marquinha, ela costuma aparecer após a aplicação da BCG devido uma reação imunológica.

É isso que define se a vacina fez efeito? Não! Lembra do mito que comentamos lá no início do texto?

Foi difundido popularmente que quando a marquinha aparecia, era sinal de que a vacina tinha sido eficaz. Isso acontece porque a reação mais comum da vacina é o inchaço e vermelhidão no local, que vai gradualmente se transformando na marca que conhecemos.

Era comum inclusive que as crianças passassem por uma nova vacinação quando a marca não aparecia.   Mas é importante ressaltar que as vacinas e a ciência passam por atualizações ao longo dos anos e assim, as recomendações as vezes são revistas e atualizadas. Por exemplo, em alguns lugares como no Japão, a vacina é aplicada com micro agulhas e por lá ninguém tem essa marquinha.

De acordo com a Dra. Ariadne, cerca de 95% dos receptores de BCG apresentam reação no local da injeção, que se cura dentro de dois a cinco meses, deixando uma cicatriz superficial. “A formação da cicatriz não é marcador de proteção, e aproximadamente 10% dos vacinados não a desenvolvem. Não se recomenda mais repetir a vacina, mesmo que não haja cicatriz vacinal. A criança que recebe a vacina, ainda que não desenvolva a cicatriz, estará imunizada!”, afirma a médica.

Por isso, se o seu filho ou filha se vacinou e continua com o braço lisinho, não se preocupe em remarcar a vacina. Desde 2019, a Organização Mundial da Saúde – OMS passou para o Programa Nacional de Imunizações a orientação de não revacinar crianças com a ausência da marca.