Arquitetura: lições que ficaram depois da pandemia

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“Cantinhos até então perdidos passaram a ser melhor utilizados”, pontua a arquiteta Dorys Daher

A pandemia da Covid-19, há seis anos, marcou todos nós não só em termos de cuidados com a saúde e hábitos diários, mas também na forma de cuidar da casa e enxergar o lugar onde moramos com outro propósito e sensibilidade. Até então “lugar de passagem” para muitos, com a pandemia outros requisitos de morar bem foram observados e redefinidos.

“Quando tivemos a pandemia, todos nós nos surpreendemos com esse novo jeito de viver, sem muito contato com as pessoas, usando, gastando e desgastando tudo em casa”, considera a arquiteta Dorys Daher, da DG Arquitetura (www.dgarquitetura.com.br), escritório com sede em Ipanema, no Rio de Janeiro. “Muitas questões vieram à tona. Por exemplo, passar mais tempo com as pessoas em casa, impactou nos relacionamentos; a sala de TV, onde a família passou a se reunir, apesar de já terem aparelhos de TV nos seus quartos. Surgia aí a necessidade de mudar o ambiente”, acrescenta a profissional.

Dorys confessa que, mesmo lidando com essas questões no dia a dia como arquiteta, acabou fazendo alterações em seu próprio ambiente. “A casa também começou a se desgastar, porque ficávamos andando pra lá e pra cá. Então, um tapete que vivia limpo passou a ficar sujo; um piso que era aparentemente resistente , com o uso intenso  de desinfetantes, começaram  a se desgastar. Fomos percebendo a necessidade de materiais mais resistentes, de cantinhos mais definidos, para cada pessoa poder trabalhar e facilitar o dia a dia em casa”, explica.

A arquiteta conta que na pandemia, teve clientes que de repente se viram com os filhos adultos mais tempo em home office. “Não estavam acostumados a isso e entenderam que seria necessário um Projeto de Interiores, para maior otimização do espaço. Felizmente, houve essa solução do home office; o que não desenvolvemos em 20, 30 anos, resolvemos em dez dias! E foi aquele ‘boom’: trabalho online, palestras, avidez para nos relacionarmos, então eram incontáveis lives, na impossibilidade de sair de casa. Era preciso um espaço específico para isso”, avalia Dorys. “Claro que as pessoas voltaram aos seus postos de trabalho, após a pandemia, muitas delas de forma híbrida e, ainda assim, ficamos muito mais tempo em casa. O cantinho home office, por menor que seja, é importante e suficiente para o trabalho com sossego e convívio dentro de casa”.

Para a arquiteta, é preciso bom senso ao se pensar numa reforma ou readequação de espaços. “Fluxo é um dos pilares mais importantes na Arquitetura. Temos que setorizar muito bem cada função da casa e otimizar bem esses espaços, já que estão cada vez mais caros”.

Muitos clientes acreditam que precisam ampliar a casa e, às vezes, não é o caso. Um Projeto de Interiores pode ser suficiente para aproveitar melhor o espaço. Cada cômodo que se amplia, aumenta também a manutenção, o gasto e assim por diante… Então é preciso ser bem pensado. Digo que talvez um esvaziamento de objetos e pertences já podem ser a solução; acumular móveis e armários nem sempre é positivo”, finaliza Dorys Daher.

Divulgação
Ate o cantinho para a costura foi pensado neste projeto