Com o objetivo de elevar ainda mais os padrões técnicos de qualidade e precisão na classificação e beneficiamento do algodão, a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), em colaboração com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), concluiu, no dia 29 de abril, em Uberlândia (MG), o Curso de Capacitação e Qualificação para Inspetores de Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA). A iniciativa faz parte do Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB), instrumento voluntário de certificação da fibra nacional, reconhecido pelo governo federal.
O evento capacitou 24 novos inspetores — que se somam aos 55 capacitados nas duas últimas safras em Minas Gerais — totalizando quase 80 profissionais aptos a conduzir processos de amostragem, registro e rastreabilidade, conforme a IN-24 do Mapa. A qualificação foi viabilizada com o apoio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) por meio do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas) e Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura no Estado de Minas Gerais (Fundo Algominas).
Formação robusta para garantir rastreabilidade e padrões internacionais
O curso abrangeu:
• Amostragem em duas faces do fardo: retirada de duas subamostras padronizadas em peso e dimensão, conforme normas internacionais e do Mapa.
• Identificação e lacração: aplicação de lacre inviolável e etiqueta codificada, permitindo rastreabilidade plena desde a unidade de beneficiamento até o laboratório.
• Registro no SAI: lançamento de todos os dados de amostras e procedimentos, assegurando transparência e integridade das informações.
“O Brasil é hoje o maior exportador mundial de algodão: plantamos mais de 2,1 milhões de hectares, com estimativa de produção de 3,9 milhões de toneladas, das quais mais de 2,9 milhões seguem para o exterior”, destacou Anicézio Resende, gerente da Central de Classificação de Fibra de Algodão – Minas Cotton (filial da Amipa). “Cada um desses fardos precisa atender a critérios rigorosos de peso e dimensão de amostra, lacre certificado e registro transparente em sistema, para garantir a confiança dos clientes, sobretudo nos mercados asiáticos.”
Credibilidade reforçada pelo Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI)
O gestor do Programa (SBRHVI) da Abrapa, Edson Mizoguchi, ressaltou o papel estratégico dos inspetores: “para mantermos a credibilidade do algodão brasileiro, temos o objetivo de qualificar quase 500 inspetores em 2025. São eles que coletam as amostras nos fardos e garantem que cheguem íntegras aos laboratórios, assegurando resultados confiáveis. A rastreabilidade, viabilizada pelo código de cada fardo, confere total transparência ao cliente estrangeiro”.
Segundo Mizoguchi, eventos similares ocorrem “praticamente em todos os estados produtores” e, embora os inspetores formados em Minas atendam prioritariamente a região, “nada impede que profissionais de outras regiões também venham a ser capacitados aqui”.
PQAB e o autocontrole como alicerces da qualidade
A diretora de relações institucionais da Abrapa e gestora do Sou de Algodão, Silmara Ferraresi, destacou o papel do PQAB , lançado em 2023: “oPrograma instituiu o autocontrole nas unidades de beneficiamento. Este treinamento é essencial para que os inspetores dominem todos os procedimentos: coleta e montagem das amostras, etiquetagem, lacração e registro online no sistema do Mapa. Uma amostra com peso e dimensão corretos garante ao laboratório HVI a precisão exigida pelos padrões internacionais”.
Ferraresi ressaltou ainda o caráter “quatro mãos” dessa cadeia: “se a unidade de beneficiamento e o laboratório atuam em sincronia, temos a melhor análise de qualidade possível, reforçando a imagem do algodão brasileiro nos mercados interno e externo”.
Com a certificação PQAB, produtores e beneficiadores brasileiros se alinham às melhores práticas globais, reforçando a imagem do Brasil como fornecedora de fibra confiável, sustentável e de alta performance.
Minas Cotton
Filial tecnológica da Amipa, a Central de Classificação de Fibra de Algodão (Minas Cotton), foi criada em 2006 com o apoio do Proalminas e é, reconhecidamente, um laboratório alinhado às normas e às melhores práticas para realização de ensaios e classificação de fibra de algodão, priorizando processos que regulamentam o serviço de padronização da classificação do produto.
A confiança, a credibilidade e a transparência geradas pelo trabalho de excelência realizado pelo laboratório beneficiam não apenas os cotonicultores, mas também corretoras, tradings, indústria têxtil e muitos outros setores.
Mantém investimentos constantes em capacitação dos colaboradores dentro do sistema de gestão da qualidade (SGQ) e troca de equipamentos que permitem a melhoria das boas práticas de ensaio e classificação das fibras de algodão, dando mais confiança, segurança e credibilidade aos resultados entregue a todo mercado têxtil.
Para dar mais credibilidade, confiança e transparência à classificação e aos ensaios das análises de fibra de algodão entregues ao mercado têxtil, desde 2008 participa dos Round Test Interlaboratorial realizados pelo ICAC (Estados Unidos), ICA Bremen (Alemanha), Senai/FBET (Brasil).