O recente aumento de 8% no preço do diesel, que chegou a R$ 3,72 por litro nas refinarias, tem gerado preocupação no setor de transporte rodoviário de cargas. O Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Triângulo Mineiro (Settrim) alerta para os reflexos imediatos nos custos dos fretes e, consequentemente, no preço final dos produtos ao consumidor.
O diretor-executivo do Settrim, Leonardo Antônio Pinto, destacou que o diesel é o principal insumo na tabela de custos do transporte rodoviário, e seu reajuste impactará toda a cadeia produtiva. “O aumento do diesel é um golpe duro para o setor de transporte, que já enfrenta uma série de desafios, como a defasagem acumulada no preço do frete, o término da desoneração da folha de pagamento e as incertezas relacionadas à Reforma Tributária”, afirmou. Ele ressaltou que o mercado precisa de previsibilidade e segurança jurídica para manter a estabilidade econômica e favorecer o crescimento do setor produtivo.
O reajuste no diesel foi impulsionado por um aumento nas refinarias, que elevou o preço em R$ 0,22 por litro, além do incremento de R$ 0,06 por litro no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), válido desde 1º de fevereiro. Com isso, o preço médio do diesel nas refinarias atingiu R$ 3,72 por litro, segundo a Petrobras. Somados os impostos federais e estaduais, além das margens de lucro das distribuidoras e postos, o valor final ao consumidor chegou a R$ 6,17 por litro (diesel S10), de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP).
Impactos na inflação e no preço dos alimentos
Leonardo afirmou que o aumento do diesel terá um efeito significativo sobre a inflação, especialmente nos preços dos alimentos. “No Brasil, a maior parte das mercadorias é transportada por caminhões. Quando o custo do frete sobe, esse aumento acaba sendo incorporado ao preço dos produtos e, no final das contas, recai sobre o consumidor”, explicou. Ele mencionou que alimentos como frutas, legumes e carnes tendem a ficar mais caros, o que deve pesar ainda mais no bolso das famílias.
Desafios para o setor de transporte
O Settrim reforça que o setor de transporte já enfrenta dificuldades cumulativas, como a defasagem nos preços dos fretes e a incerteza regulatória. A entidade defende que é essencial garantir previsibilidade e segurança jurídica para manter a competitividade do setor e evitar impactos negativos na economia como um todo.
“Precisamos de políticas que considerem a importância estratégica do transporte rodoviário para o país. O aumento do diesel, somado a outros fatores, coloca em risco a sustentabilidade do setor e pode levar a um aumento generalizado dos preços, afetando toda a cadeia produtiva”, concluiu Leonardo Antônio.
Enquanto isso, os consumidores já sentem os efeitos do reajuste nas bombas de combustível, e a tendência é que os impactos se estendam para os preços dos produtos básicos nos próximos meses, pressionando ainda mais a inflação e o custo de vida da população.