Aumenta o número de cirurgias minimamente invasivas no Brasil

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Dados do Ministério da Saúde revelam crescimento significativo no número de videolaparoscopias, refletindo uma mudança na preferência por procedimentos menos invasivos, enquanto especialistas destacam os benefícios e vantagens dessa abordagem.

Os procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, como a videolaparoscopia, estão se tornando cada vez mais populares no Brasil, refletindo-se em um aumento significativo no número de intervenções realizadas. De acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas em 2023, foram realizadas 192.159 videolaparoscopias pelo Sistema Único de Saúde (SUS), evidenciando a crescente demanda por essa técnica. Em comparação ao ano anterior, que registrou 174.850 procedimentos desse tipo, fica clara a tendência de crescimento na preferência por cirurgias minimamente invasivas.

Essa mudança de cenário destaca a importância de investimentos contínuos por parte das instituições de saúde, bem como a necessidade de atualização constante dos profissionais médicos, para atender às demandas crescentes por videolaparoscopia nas unidades de saúde do país.

Como Funciona a Cirurgia Videolaparoscópica?
A cirurgia videolaparoscópica é realizada através de incisões muito pequenas, entre 5 e 10 mm, por onde são inseridos os instrumentos cirúrgicos necessários. Utilizando um laparoscópio conectado a um sistema de fibras ópticas e microcâmeras, o cirurgião obtém uma visualização ampliada e detalhada do campo cirúrgico, com imagens projetadas em um monitor de alta resolução. Esse procedimento é realizado sob anestesia geral e requer internação hospitalar.

O Dr. Adriano Barra Della Torres, Cirurgião Geral do Mater Dei Santa Clara, destaca as principais indicações para o uso da videolaparoscopia, enfatizando sua eficácia em uma variedade de condições médicas. “Esta técnica é especialmente indicada para casos de apendicite aguda, colelitíase, endometriose, reparo de hérnias, procedimentos de perda de peso em pacientes obesos e cirurgias oncológicas, como ressecção do câncer colorretal e ovariano”, explica.

Vantagens 
O cirurgião geral destaca os benefícios abrangentes dessa abordagem cirúrgica. “A videolaparoscopia é uma técnica altamente versátil, capaz de tratar uma variedade de condições médicas, das mais simples às mais complexas”, afirma. “Esta técnica contribui para a redução do tempo de internação dos pacientes de várias maneiras. As pequenas incisões resultam em menos dor, menos sangramento e uma recuperação mais rápida. Além disso, a videolaparoscopia pode diminuir as alterações metabólicas associadas à cirurgia, permitindo que os pacientes sejam liberados do hospital mais rapidamente”, esclarece Adriano.

Estudos demonstram que a videolaparoscopia também pode reduzir o risco de complicações pós-operatórias, como infecções e sangramentos, resultando em internações mais curtas. Além disso, os pacientes submetidos a essa técnica podem retomar a dieta oral e suas atividades diárias mais precocemente, acelerando ainda mais a recuperação.

Além da rápida recuperação e redução da dor, a videolaparoscopia oferece uma série de outras vantagens para os pacientes. Essas incluem menor trauma, maior conforto durante e após a cirurgia, menor risco de danos a órgãos adjacentes e melhor visualização dos órgãos internos.

Preparação e cuidados pós-operatórios
Os pacientes submetidos à cirurgia videolaparoscópica, assim como pacientes submetidos a cirurgia convencional, devem realizar todos os exames pré-operatórios pertinentes e jejum adequado antecedendo o procedimento.

No pós-operatório, é fundamental seguir as orientações médicas, que podem incluir repouso e evitar esforços físicos intensos durante o período de recuperação, que pode variar de 1 semana a 30 dias. Outros cuidados específicos podem ser recomendados conforme as necessidades individuais de cada paciente e de cada cirurgia.

“A videolaparoscopia representa um avanço significativo na cirurgia moderna”, afirma o médico. “Essa técnica melhora a experiência do paciente e oferece benefícios importantes para os cirurgiões”, conclui Adriano.