Orisamba desfila nos dias 9 e 11 de fevereiro

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Foto: Patrick-Arley

Valorizar e homenagear a cultura e a fé da comunidade afro periférica do bairro Lagoinha em BH: esse é o objetivo do Orisamba, que nasceu dentro do terreiro de umbanda Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente. O bloco desfila na sexta de carnaval, 09 de fevereiro às 19h, e no domingo, dia 11, às 10h.

Em 2024, o cortejo vai trazer para as ruas os Pontos Riscados e os Adinkras. Os pontos riscados compõem uma das diversas formas de comunicação entre as pessoas da matriz africana e suas crenças, remontando ideias, valores, símbolos e sentidos. Os Adinkras, são ideogramas que expressam valores tradicionais, ideias filosóficas, códigos de conduta e normas sociais de religiões ancestrais africanas. A ideia do bloco é aproximar as várias formas de comunicação que são responsáveis pela memória e salvaguarda das estruturas grafas desses povos.  

“Somos um grupo que busca preservar os toques, ritmos, cantigas e composições que remetem a forma de viver, enxergar e praticar os costumes das tradições umbandistas”, explica Pai Ricardo, um dos fundadores. 

O nome do bloco vem a partir de conceitos subjetivos usados dentro das casas e terreiros de axé: “O ‘Ori’ faz parte do nosso viver e conviver entre corpo e espírito, sendo nossa ‘cabeça’, ‘orientação’ com respeito ao tempo, natureza e o próximo, conforme os costumes tradicionais afro-brasileiros. E o ‘Samba’ está ligado ao ato de gerar, a ligação, o cordão umbilical, matriz e essência da vida – a mulher, que é a parte essencial nos ligando uns aos outros e fazendo sempre nos lembrar de nossos ancestrais”, conta Gabriel de Moura – cantor, percussionista e também um dos fundadores. 

Assim, o Orisamba leva para as ruas a beleza das cores, a alegria das toadas dos tambores e o recontar da história e da cultura afro-brasileira em Belo Horizonte.

Durante o cortejo, o bloco valoriza e difunde o estilo musical nascido nas periferias da cidade, passando por seus variados ritmos como o samba reggae, samba duro e samba enredo. No repertório, xirê – cantigas para os orixás, músicas autorais, axés ancestrais e músicas populares. O desfile vai contar também com a participação de acrobatas com bambolês de fogo e uma artista que faz suspensão capilar.

Na sexta, 9 de fevereiro, o cortejo sai às 19h da porta da Casa de Caridade Pai Jacob, na Rua Fagundes Varella, 99, e percorre as ruas do entorno, terminando de volta no Terreiro. Já no domingo, 11 de fevereiro, a festa começa às 10h na Rua Iparecirica, 555 e também termina no Terreiro. 

O bloco conta, hoje, com uma equipe de 100 pessoas, contanto banda, bateria, vocalistas e corpo de baile e apoio. A organização espera reunir cerca de 1200 pessoas, 40% a mais que no ano passado. Nomes como Aline Calixto, Marcelo Veronez e Hans Landim participam do desfile.