Quanto tempo é necessário para aprender inglês?

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A resposta pode ser mais simples do que se pensa, ou mais complexa do que esperado. Entenda e use o tempo a seu favor.

Uma das principais dúvidas que muitas pessoas têm quando pensam em se matricular em um curso de inglês é sobre o tempo necessário para aprender o idioma. Na maioria absoluta das vezes, o potencial estudante ouvirá uma resposta padrão em grande parte das escolas ou nas buscas pela internet: que é possível aprender inglês em até três meses ou ter o dinheiro de volta. A má notícia é que não é bem assim.

O tempo para um estudante aprender a falar inglês vai depender de uma série de fatores, como disponibilidade para as aulas e o estudo em casa, os objetivos da pessoa com o idioma, a metodologia e o conjunto de ferramentas adotadas e até o domínio da norma culta da língua portuguesa. Ser bom em língua portuguesa contribui para o aprendizado do inglês, segundo a professora Bárbara Pino Duarte, designer de cursos da Casa Thomas Jefferson.

A professora Bárbara desmistifica uma crença comum entre as pessoas que sonham falar inglês, mas acreditam que“não têm mais idade para isso”. É que muita gente acredita que quanto mais jovem, mais fácil é o aprendizado, quando na verdade a resposta está também no objetivo, disponibilidade e empenho. “É importante ressaltar que não existe idade certa para aprender uma língua. Temos colegas aqui da Thomas que são profissionais respeitadíssimos, e que inclusive fizeram mestrado no exterior, que aprenderam inglês após os 18 anos. No entanto, a disponibilidade de tempo e motivação fazem muita diferença. Uma criança numa escola bilíngue vai ter mais tempo de exposição estruturada à língua, e assim, vai parecer que se desenvolve mais rápido”, explica. “Crianças aprendem brincando, e têm menos medo de errar, de testar idéias. Já os adultos, principalmente com a vida corrida do trabalho, o cuidado com a família, e a maior carga de responsabilidade do dia a dia, tendem a ter menos tempo disponível. Então, o que é rápido para uma criança acaba parecendo levar mais tempo para um adulto”, orienta.

E a duração?
Bárbara Duarte cita o Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas (CEFR, em inglês), que leva em conta o ponto de partida e o destino desejado, para falar de tempo de aprendizado. Também cita um estudo da Universidade de Cambridge que estima a quantidade de horas de ensino guiado necessárias para que um adulto motivado avance de um nível para outro dentro desse quadro, desde que se trate de um curso bem estruturado.

Ela lembra que são necessárias entre 100 e 150 horas para passa mudança de nível. Os níveis mais básico são suficientes para para fazer uma viagem, entender os horários do voo, pedir comida no restaurante, fazer check-in no hotel e escrever um bilhete curto para o motorista do táxi, por exemplo. Já nos níveis intermediários, o estudante já poderá se expressar com mais desprendimento, podendo até tentar resolver problemas com o check-in, por exemplo. A partir dos níveis mais avançados temos cursos mais estruturados e é essencial complementar o estudo de forma autônoma, com leitura de artigos, palestras e exploração dos clássicos da literatura.

Horários, prazos e metas
A vida agitada, o excesso de compromissos e o trabalho não são impeditivos para o aprendizado, segundo a professora, desde que o estudante escolha um horário de curso e de estudos em casa que sejam possíveis manter. “A frequência ideal é aquela que torne possível a constância. É como ir à academia. A gente só tem resultado se puder manter uma rotina constante”, compara. “O ‘dever de casa’ também é essencial, principalmente se há um período mais longo entre as aulas”, lembra ela, ao destacar que isso ajuda a fixar o conteúdo.

A professora dá outro exemplo. “Gosto de explicar isso fazendo a analogia com o desenvolvimento de pilotos de avião. Pode-se aprender muito na teoria, e com simuladores, mas só a computação de muitas horas de voo te dão a licença para pilotar. Não tem como abreviar esse tempo sem que se perca a confiança na habilidade. Vou dar um exemplo a respeito apenas de uma habilidade comunicativa. Há um processo cognitivo sofisticado que envolve o simples ato de ouvir e entender. Você precisa conhecer os sons, saber que existem várias palavras com o mesmo som, que as palavras se organizam logicamente entre si para compor significado, e que além disso, que a cultura também afeta a compreensão. A comunicação é um processo profundamente interativo, e assim depende de muito mais do que apenas memorizar listas de palavras”, ilustra.

Metodologia
O estudo da língua inglesa envolve metodologias e a escolha ou a combinação podem fazer a diferença. “Se o objetivo é falar rapidamente, uma combinação de abordagem comunicativa e metodologias centradas no aluno é, de longe, a mais adequada. Ainda levará tempo para passar de um nível para outro, mas ele sentirá, desde o início, que é possível, minimamente, se comunicar, o que te ajuda a se manter motivado. No entanto, se o seu objetivo é apenas interagir com textos escritos, uma abordagem mais focada na gramática e no vocabulário é mais eficiente”, orienta.

Cursos sob medida
Sob medida, sob demanda, de acordo com o público-alvo. A nomenclatura muda, mas o certo é que é possível encontrar um curso que se ajuste à necessidade da pessoa que deseja aprender a falar inglês com segurança, fluência e clareza. A professora lembra que na Thomas, por exemplo, há cursos com aulas ao vivo, online e presenciais, além das aulas totalmente auto-dirigidas e também formato híbrido. Também há os cursos para crianças, adolescentes e adultos, além dos customizados de Business English para clientes corporativos. “Temos três pilares acadêmicos: Comunicar, Fazer, e Ser. Acreditamos que aprender inglês é conectar e transformar vidas através de gerações por meio de experiências singulares, muito mais do que apenas aprender regras de gramática e vocabulário. Estimulamos o desenvolvimento contínuo do indivíduo e investimos em formas inovadoras de entregar experiências educacionais com excelência”, conclui.