Violonista Alvaro Henrique toca obras de César Guerra-Peixe nesta Sextas Musicais

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Com entrada gratuita e transmissão pelo Youtube, espetáculo será nesta sexta-feira (15), às 20h

Nesta semana, as Sextas Musicais apresentam ao público o espetáculo Obras para Violão de César Guerra-Peixe. As peças do renomado compositor brasileiro (1914-1993) serão interpretadas pelo versátil violonista Alvaro Henrique, conhecido por se apropriar da música como uma força de comunicação. O espetáculo, nesta sexta (15), às 20h, tem entrada gratuita, no CTJ Hall em Brasília, e transmissão ao vivo pelo Youtube.

Sobre César Guerra-Peixe

César Guerra-Peixe foi o primeiro a se formar como compositor no Conservatório Brasileiro de Música (1944). Em seguida foi estudar com Koellreuter e mesclou serialismo com nacionalismo. Abandonou o serialismo em 1949. Viveu em Recife de 1948 a 1950.

Guerra-Peixe começou a escrever para violão após retornar ao nacionalismo. Sua primeira peça para o instrumento mistura serialismo com nacionalismo, a Suíte para violão. Já sua Sonata para violão é a primeira sonata para o instrumento feita por um brasileiro. Desenvolvidos a partir de uma trilha sonora que ele escreveu, seus 5 Prelúdios exploram muito cordas soltas com arpejos ao longo do braço do violão.

A maior parte de sua obra para violão é para iniciantes, como o Caderno de Mariza, as Breves, e as Lúdicas (de Ludos, diversão em Grego). Peixinhos da Guiné é uma composição a partir de uma canção folclórica.

Sobre Alvaro Henrique

Alvaro Henrique, violonista, percorreu uma longa trajetória para se tornar um intérprete bem incomum. Iniciou seus estudos musicais como um adolescente muito tímido que tinha dificuldade de interagir com outras pessoas. Seu pai pensou que tocar um instrumento ajudaria. Alvaro não estava interessado até ouvir o violão. Alguns dias depois, ele começou a estudar o violão clássico.

Por sorte, Alvaro entrou numa escola de música que o encorajou bastante a tocar em público. Então, desde o início, notou que a música poderia ser sua forma de se comunicar e se conectar com outras pessoas. Ele podia expressar o que sentia – o que todos sentimos e precisamos dizer – com música em vez de palavras. Portanto, a música é, para Alvaro Henrique, uma linguagem que usa para se comunicar com as pessoas. Todo seu trabalho artístico é baseado nisso, seja pesquisando a expressividade musical (na sua dissertação de mestrado), seja programando recitais que conectam as plateias com um mundo de emoções e histórias que incendeiam ideias, conversas, e significados. Os programas de recital de

Alvaro Henrique incluem vários instrumentos de cordas dedilhadas cobrindo uma vasta gama de histórias e culturas.

Ele toca a antiga vihuela, o violão barroco ateorbado, o violão do século XIX e, claro, o violão moderno. Seu repertório flexível permite apresentações com cinco séculos de música e culturas.

Alvaro Henrique também estreou obras de vários compositores, como Mario Ferraro e Ernest Mahle. Ele toca obras de Villa-Lobos, Scarlatti,Tárrega e Guerra-Peixe, assim como transcrições surpreendentes de obras de Tchaikovsky e Stravinsky.

Como solista de orquestra, já se apresentou no Brasil com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro e com a Orquestra de Cordas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, assim como na Finlândia com a Vaasa Sinfonietta. Estreou 5 concertos, e trabalhou com os regentes Julio Medaglia, Ville Mankkinen, Angelo Cavallaro, dentre outros.

Com um interesse especial em arte que provoca mudanças, os projetos de Alvaro incluem a encomenda de obras sobre temas sociais. São exemplos o Concerto Que Todos os Ditadores Caiam, de Jean Goldenbaum (inspirado na Primavera Árabe), e Brasília 50, de Jorge Antunes (uma obra para violão e sons pré-gravados que descrevem eventos históricos que ocorreram de 1960 a 2010).

Comprometido a auxiliar a plateia a realizar conexões significativas com a música, Alvaro com frequência realiza concertos didáticos e aulas-espetáculos em escolas, centros comunitários e asilos. Conhecido pelo drama e humor de suas performances, além de suas presença de palco com a plateia, Henrique viajou por 15 países e lançou dois álbuns solo e um DVD.

Alvaro Henrique é bacharel em violão pela Universidade de São Paulo (USP), possui diploma de Kunstliche Ausbildung pela Hochschule für Musik Nürnberg (Alemanha) e é mestre em música pela Universidade de Brasília. Entre seus principais professores, estão Franz Halasz, Alvise Migotto, Bohumil Med e Zilmar Gustavo Costa. Os recitais, concertos, e gravações de Alvaro Henrique mostram a música primeiramente como uma força de comunicação, e cada projeto transmite uma mensagem.

A Casa Thomas Jefferson e as Sextas Musicais

O centro binacional, entidade sem fins lucrativos, foi criado na capital federal para contribuir para o desenvolvimento dos habitantes por meio de experiências singulares em cultura e educação. Idealizada desde a inauguração da cidade por um grupo formado por brasileiros e norte-americanos, iniciou as suas atividades em 1963, modestamente, em salas comerciais na Quadra 510 da W3 Sul e segue fiel ao seu estatuto e compromisso com a sociedade.

As Sextas Musicais são um tradicional evento de Brasília. Desde 1987, a Casa Thomas Jefferson realiza esses concertos gratuitos e com classificação indicativa livre, mantendo-se fiel à missão de conectar e transformar vidas através de gerações por meio de experiências singulares. O projeto destaca-se no cenário de Brasília e do Brasil e pode ser considerado um patrimônio imaterial da capital por sua contribuição à sociedade, às instituições e à comunidade artística. A excelência em todas as áreas em que a Casa Thomas Jefferson adquiriu ao longo de seis décadas e que agora é expandida para outras cidades no Brasil deve ser considerada, com legitimidade, típica e oriunda de Brasília para o Brasil.

Prestigie!
Obras para Violão de César Guerra-Peixe
Data: 15 de julho  
Horário: 20h
Local: CTJ HALL Casa Thomas Jefferson – Brasília (com  público presencial) e transmissão pelo canal da Casa Thomas Jefferson no YouTube – https://bit.ly/3Px2dAl
Classificação indicativa: Livre