Projeto Arte na Vida levou atividades artístico-culturais gratuitas para três cidades de MG

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Projeto circulou em Piracema, Desterro de Entre Rios e Entre Rio de Minas com espetáculos e um seminário com foco na cultura. 

Depois de quase dois anos sem encontrar o público presencialmente, o Grupontapé, companhia de teatro de Uberlândia-MG, pegou a estrada para levar a algumas cidades do interior de Minas Gerais o projeto Arte na Vida. No período de 10 a 14 de dezembro, os municípios de Piracema, Desterro de Entre Rios e Entre Rios de Minas receberam atividades artístico culturais gratuitas. Uma ação aprovada na lei Rouanet e patrocinada pela empresa J Mendes.

A cidade de Belo Vale também estava no roteiro da apresentação, porém, em função das medidas de prevenção da Covid-19 na cidade, o evento foi adiado para o primeiro semestre de 2022.

Atividades

Além das apresentações dos espetáculos Balaio Popular e Questão de Hábito, em locais públicos das cidades, o evento contou com o Seminário Arte na Vida, que discutiu as possibilidades que se apresentam a partir do uso de estratégias e métodos de aproveitamento da transversalidade da arte e da cultura com o objetivo de impactar positivamente na formação de valores, no desenvolvimento das competências pessoais valorizadas pelo mercado de trabalho, na melhoria da comunicação e das relações entre as pessoas, na diminuição dos índices de violência, na conservação dos espaços públicos e no desenvolvimento econômico da cidade.

Para o produtor cultural do Grupontapé, Rubem dos Reis, a volta do contato presencial com o público propiciou momentos de compartilhamento e muito afeto. “O que mais nos chamou a atenção foi a receptividade muito afetuosa do público. Fomos surpreendidos em vários momentos com mimos (quitutes, frutas…) ofertados pelo público, que participou das nossas atividades. Característica do povo mineiro que é sempre muito receptivo e acolhedor. Em cada apresentação um novo encontro e um novo vínculo se estabeleceu”, destaca.

Em relação a participação do público, o produtor salienta que percebeu que as pessoas ainda estão um pouco reticentes em chegar bem perto para assistir aos espetáculos. Elas preferem ficar espalhadas, evitando aglomerações. “Mas este é um temor natural e compreensível uma vez que ainda convivemos com a pandemia. Foi interessante observar que ao mesmo tempo estavam ávidas por arte e cultura havia uma precaução e relaxavam quando comunicávamos que toda equipe estava imunizada e tinha feito teste de Covid antes de se apresentar ao público”, conta.

Para Rubem dos Reis, mesmo em meio às incertezas trazidas pela pandemia de Covid-19, mais importante foi a apresentação da cultura como possibilidade de desenvolvimento das pessoas e da economia e o teatro como linguagem artística para muitas pessoas, que nunca tinham assistido a um espetáculo teatral na vida ou nunca tinham observado até então.

Visão do público 

A advogada e presidente do Conselho Tutelar de Piracema, Renée Rodrigues Martins, participou do Seminário Arte na Vida e ficou muito satisfeita. “A equipe é ótima. Pra mim foi enriquecedor ouvir os esclarecimentos do trabalho que o grupo faz, não somente o resultado final, ou seja, os shows, mas poder conhecer sobre os bastidores. Há uma abertura no grupo para troca de ideias, opiniões sem que haja preconceitos, e poder saber e aprender sobre o trabalho, as funções de cada integrante foi fantástico, inclusive toda a visão do que é um grupo de teatro, administração, logística, marketing e jurídico. Foram tantas informações! Eles são brilhantes, sensíveis, inteligentes, sábios, uma simplicidade rica”, declarou.

O artista, Jonathan Serafim dos Santos, auxiliar administrativo na Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo de Entre Rios de Minas também participou do Seminário Arte na Vida e disse que é louvável que haja trabalhos como esse e que grupos como o Grupontapé se mobilizem dessa forma para levar arte aonde ela se faz necessária. “Para mim é como levar água para o deserto. O trabalho do coletivo é extremamente bem estruturado e de uma versatilidade latente, vão desde o teatro de rua ao teatro-fórum e utiliza-se de ferramentas do âmbito artístico para auxiliar o bom funcionamento do âmbito institucional/administrativo. Além de demonstrar e promover certa autonomia no que tange às questões ligadas à administração de instituições culturais como coletivos, grupos e associações”, disse.

Jonathan Santos também elogiou os espetáculos, e ressalta que as atividades foram uma boa oportunidade para fomentar a cultura na cidade. “Tanto o público externo como os servidores da prefeitura gostaram muito dos trabalhos. Como eu disse anteriormente, é uma ótima oportunidade e também uma necessidade do município trabalhos como esse, e foi a oportunidade de fazer os profissionais de outros setores se aproximarem mais das ações promovidas pela Secretaria de Cultura”, finalizou.