A curiosidade dos animais pode colocá-los em risco e, por isso, todo cuidado é pouco
Quem tem pet sabe que decorar a casa para o Natal pode ser um verdadeiro desafio, afinal basta um minuto de descuido e lá está ele aprontando e descobrindo as novidades. Por isso, é preciso tomar alguns cuidados a fim de garantir o bem-estar animal e evitar que esse momento tão feliz acabe em uma emergência veterinária.
Para prevenir acidentes e imprevistos, a decoração deve ser planejada e executada pelo tutor com cautela. É o que afirma a médica-veterinária Maria Cristina Reiter Timponi, presidente da Comissão de Entidades Veterinárias do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP). “Em relação a enfeites e pets, todo cuidado é pouco! As bolas e o pisca-pisca são potenciais fontes de acidente, pois podem cortar e causar choques.”
Para Cristiane Pizzutto, presidente da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV-SP, as precauções a serem tomadas variam de acordo com a espécie. “Deve-se tomar cuidado com as coisas que piscam, principalmente se a pessoa tem gatos, pois o animal pode ir atrás desse brilho todo e se enroscar ou tomar um choque”, diz a médica-veterinária.
“Os gatos também têm a tendência de pular nas coisas. Então, é melhor evitar bolas de vidro, pois podem cair e quebrar, colocando o animal em risco. Enfeites cortantes, tipo estrelas pontiagudas, também devem ser evitados, já que o felino é curioso e pode se ferir”, acrescenta Cristiane.
Maria Cristina reforça que, quando os gatos tentam escalar as árvores natalinas, muitas vezes elas acabam tombando sobre eles. “Uma dica para os tutores é montar a árvore de natal em local alto ou sem acesso para o bichano.”
No que se refere aos cães, Cristiane recomenda mantê-los entretidos, para que não tenham tempo de se ocupar com a decoração de Natal. “A árvore vai ser uma novidade. O cheiro dos enfeites que estão guardados também atrai, portanto, é interessante trabalhar com outros estímulos enquanto decora o ambiente. O ideal é dar outros brinquedos para que interajam durante a montagem. Assim, esse passa a ser um momento natural da casa”, indica.
Acidentes podem ser fatais
Maria Cristina afirma que os cães mais jovens são os que aprontam mais. “Lembro de um lhasa apso, de três meses, que mordeu as luzes da árvore de Natal, tomou um choque, deu um grito e caiu desmaiado. Por sorte não foi fatal. Outro caso que me recordo é o de um cão que teve cortes na boca porque mastigou uma bolinha de vidro. É necessário que o tutor fique atento aos detalhes”, alerta.
A médica-veterinária reitera que outro acidente comum é a ingestão de objetos pequenos que acabam obstruindo o intestino delgado. Isso pode causar lesões e hemorragias, ou, ainda, levar o animal à morte se não for feita a remoção, o que muitas vezes dependerá de uma cirurgia de emergência.
Dicas para um Natal seguro
- Não use bolas de vidro ou enfeites de metal pontiagudos;
- Não enfeite a árvore de Natal com pisca-pisca. Prefira colocar as luzes em varandas ou do lado de fora das janelas, onde os pets não tenham acesso;
- Não deixe festões e fitas pendurados ao alcance de gatos e cães filhotes;
- Evite enfeites muito pequenos, que possam ser engolidos pelos animais;
- Certifique-se de que a árvore está bem fixada no chão e que não há perigo de tombar se o animal tentar subir;
- Deixe o pet acompanhar a montagem da árvore. Isso evita a surpresa de conhecê-la só depois de pronta, o que potencializa a curiosidade.
“Os pets são muito curiosos e arteiros e, na brincadeira, podem se machucar e acabar com a festa”, conclui Maria Cristina Timponi.