Com a chegada do outono e a aproximação do inverno, aumentam significativamente os casos de doenças respiratórias em crianças. O clima mais seco, a maior permanência em ambientes fechados e a circulação de vírus respiratórios contribuem para o crescimento das infecções nesse período, exigindo atenção redobrada de pais e responsáveis.
Em Uberlândia, segundo dados do Painel Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, já foram registradas mais de 160 mortes por doenças respiratórias em 2025. Embora a maior parte das vítimas seja de pessoas idosas, os hospitais da cidade também observaram um aumento expressivo de internações pediátricas por doenças respiratórias, especialmente em crianças com menos de cinco anos. Apesar do volume de casos, nenhuma criança com menos de cinco anos faleceu em decorrência dessas doenças neste ano na cidade, conforme apontam os dados estaduais.
Segundo o pediatra Murillo Tripode, do Hospital Mater Dei Santa Genoveva, os sinais de alerta em casos de doenças respiratórias em crianças incluem febre persistente, dificuldade para respirar (dispneia), uso da musculatura acessória para respirar, respiração acelerada (taquipneia) e prostração. Ele destaca que, especialmente em bebês com menos de três meses, qualquer sintoma respiratório deve ser avaliado por um profissional de saúde com urgência.
“Febre, esforço respiratório e prostração são sinais que indicam a necessidade de uma avaliação médica. Em crianças menores de três meses, toda intercorrência respiratória deve ser considerada potencialmente grave”, alerta o pediatra.
Além da atenção aos sintomas, a prevenção é considerada uma das principais estratégias para reduzir os riscos. Em ambientes escolares e domiciliares, Murillo Tripode recomenda boa hidratação, alimentação equilibrada, ventilação de ambientes, higienização frequente das mãos e lavagem nasal com soro fisiológico.
O médico também reforça a importância da vacinação. “As vacinas contra gripe, H1N1 e vírus sincicial respiratório são essenciais para a prevenção. Todas as crianças com mais de seis meses devem ser vacinadas. A vacina salva vidas”, afirma.
Doenças como bronquiolite, pneumonia viral ou bacteriana, e crises de asma estão entre os diagnósticos mais comuns durante os meses frios. O reforço da vigilância e o acesso rápido ao atendimento médico, em caso de sintomas, são fundamentais para evitar complicações.
A campanha nacional de vacinação contra a gripe está em andamento e contempla, entre os grupos prioritários, crianças de seis meses a menores de seis anos. A orientação do Ministério da Saúde é que os responsáveis busquem as unidades de saúde mais próximas para garantir a proteção das crianças antes do pico da sazonalidade, que costuma ocorrer entre junho e julho.