Apendicite: cirurgia é o tratamento mais eficaz

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A apendicite aguda, intensa do apêndice cecal, é uma das emergências cirúrgicas mais frequentes no Brasil e no mundo. De acordo com dados do Ministério da Saúde, são realizadas aproximadamente 250 mil cirurgias de apendicectomia por ano no país, procedimento que consiste na remoção do apêndice inflamado. A condição afeta principalmente indivíduos entre 10 e 30 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária.

Segundo a movimentação de Adriano Barra Della Torres, do Hospital Mater Dei Santa Clara, a apendicite ocorre quando o apêndice é obstruído, geralmente por fezes duras, aumento do tecido linfático ou, em casos raros, por tumores ou parasitas. “Essa interferência leva a inflamação, surto e, se não tratada, pode evoluir para ruptura do apêndice”, explica o médico. Os sintomas incluem dor abdominal intensa, inicialmente na região do umbigo e depois pode migrar para o lado inferior direito do abdome, além de náuseas, vômitos, febre e perda de apetite. “A dor da apendicite tende a piorar ao se movimentar, tossir ou apertar a região”, complementa Della Torres.

O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas e no exame físico. Exames de sangue podem indicar infecção, e exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia computadorizada, ajudam a confirmar o quadro e descartar outras causas de dor abdominal. “O tratamento padrão é a remoção cirúrgica do apêndice (apendicectomia), que pode ser feita por cirurgia aberta ou laparoscópica”, afirma o cirurgião.

A cirurgia laparoscópica ganhou espaço nos últimos anos devido à recuperação mais rápida, menos dor pós-operatória e menor risco de infecção. “A cirurgia aberta é uma cirurgia de exceção e pode ser realizada, dependendo dos achados intraoperatórios. Ambas são eficazes, mas a escolha é realizada caso a caso”, ressalta o médico. Complicações pós-cirúrgicas, como infecções e abscessos, são relativamente raras, mas podem ocorrer, especialmente em casos de apendicite perfurada, quando há ruptura do apêndice antes da cirurgia. “Quando o apêndice rompe, o tratamento se torna mais complexo. Além da cirurgia, o paciente precisa de antibióticos intravenosos e, em alguns casos, direcionamento de abscessos. A recuperação também é mais longa, com maior risco de complicações”, explica o movimento.

O tempo médio de recuperação varia de acordo com o tipo de cirurgia e a gravidade do caso. “Após a cirurgia laparoscópica, a recuperação leva cerca de 1 a 2 semanas. Na cirurgia aberta ou em casos mais graves, pode levar de 3 a 4 semanas. A maioria das pessoas pode retomar atividades leves após alguns dias”, detalha Della Torres.

Apesar dos avanços na medicina, o apendicite continua sendo uma condição imprevisível. “A apendicite é uma condição esporádica e de causa multifatorial, o que significa que não há uma forma comprovada de prevenção. O risco individual de desenvolver-la ao longo da vida gira em torno de 6%, e isso ocorre de maneira relativamente moderna”, afirma o médico. Embora uma alimentação rica em fibras possa ajudar a saúde intestinal, não há evidências sólidas de que isso reduza diretamente o risco de apendicite.

No cenário atual, a apendicectomia continua sendo um procedimento seguro e eficaz, com altas taxas de sucesso e baixa mortalidade. Embora a medicina tenha muito avançada, a cirurgia permanece como a única solução definitiva para a apendicite aguda.