Peça resgata memórias e provoca reflexões profundas enquanto oferece uma experiência teatral sofisticada e bem humorada para os espectadores das artes cênicas.
Após o sucesso da temporada de estreia, o Grupontapé abriu uma temporada de mais dois fins de semana do espetáculo “As Centenárias” e todas as sessões realizadas até aqui estiveram lotadas e com filas de espera. A peça conta com o patrocínio da Cemig, por meio da lei estadual de incentivo à cultura, e encerrará a temporada extra nos próximos dias 14, 15 e 16 na Escola Livre do Grupontapé, em Uberlândia-MG. Os ingressos continuam gratuitos e podem ser reservados na plataforma Sympla. Caso os ingressos estejam esgotados na plataforma, a sugestão é que as pessoas interessadas compareçam à Escola Livre, no dia do espetáculo, com 15 minutos de antecedência e façam parte da fila de espera, pois pode surgir alguma desistência.
A montagem, dirigida por Cris Lozano e baseada no texto de Newton Moreno, tem conquistado a todos os públicos e de uma forma especial àqueles que acompanham o teatro de forma habitual. Os comentários, nas rodas de conversa dos espectadores das artes cênicas na cidade, destacam a qualidade da dramaturgia, a performance dos atores e a proposta de encenação que faz o público se sentir como participante da peça.
Para a jornalista, Adreana Oliveira, especialista em editoria de cultura, fundadora e editora do portal Uberground, “As Centenárias” é um espetáculo que emociona e surpreende a cada cena. “Apesar das circunstâncias, ‘As Centenárias’ pra mim é uma peça afetuosa e de uma sabedoria popular muito brasileira, muito nossa. Tem várias camadas que vão se mostrando a cada novo personagem, a cada nova situação. Emociona e faz rir, só não te deixa indiferente. Os personagens são apaixonantes, mas a Zaninha a gente tem vontade de levar pra casa!”, descreve.
A atriz, cantora, compositora e professora Adriana Capparelli, que durante anos integrou a trupe do aclamado “Teatro Oficina”, também elogia a atuação do Grupontapé com essa produção e aponta aspectos que observou. “O espetáculo é bonito visualmente, cenário, figurinos. As atrizes e o ator estão visivelmente se divertindo em cena. O trabalho da preparadora vocal Babaya com as vozes das atrizes ficou excelente”, afirma.
Fernanda Bevilaqua, artista, coreógrafa, professora de técnicas contemporâneas de dança, reconhecida por ter sido fundadora e professora do Studio Uai Q Dança e curadora do teatro Palco de Arte com sede em Uberlândia, durante 32 anos, também prestigiou “As Centenárias”. Para ela, foi emocionante retornar à sede do Grupontapé, que na sua opinião “é uma casa acolhedora e um espaço artístico de extrema relevância para a cidade”. “Presenciar o espetáculo hoje foi incrível. Percebi que fiquei envolvida o tempo todo. Quero destacar também o brilhantismo das duas Katias, que brilharam do início ao fim, assim como a partitura, que é envolvente. Fiquei fascinada com a atuação do Rafael também. Tudo maravilhoso! Fiquei super feliz! Parabéns ao Grupontapé de Teatro!”, manifestou.
Sobre o espetáculo
“As Centenárias” narra a história de Socorro e Zaninha, carpideiras centenárias do sertão brasileiro que, entre cânticos e rituais, lidam com o passar do tempo e a inevitabilidade da morte com humor e inteligência. A montagem é marcada por um cenário imersivo, jogos de luzes e uma trilha sonora original que realça os elementos da cultura mineira.
A peça se tornou um marco para a companhia, não apenas por resgatar uma tradição quase extinta, mas por provocar reflexões sobre a vida, o envelhecimento e as relações humanas. Segundo a atriz e cofundadora do Grupontapé, Kátia Bizinotto, a montagem transporta o público para um universo repleto de emoção e questionamentos. “Socorro e Zaninha, ao buscarem enganar a morte com seu trabalho, nos convidam a pensar sobre o que significa enfrentar o fim com coragem, lidar com a velhice e encontrar nas amizades um porto seguro”, pontua.
Histórico do Grupontapé
Com 30 anos de trajetória, o Grupontapé é uma referência no teatro brasileiro. Fundado em Uberlândia, o grupo sempre se empenhou em inovar artisticamente, ao mesmo tempo em que valorizou a cultura local e a democratização do acesso à arte. As produções e projetos sociais da Cia. mineira reforçam o papel transformador do teatro, tornando-o um poderoso instrumento de reflexão e mudança.
Esta temporada faz parte do Projeto “Grupontapé 30 Anos” viabilizado pela Companhia Energética de Minas Gerais, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Governo de Minas Gerais, juntamente com o Projeto: Melhoria no Teatro da Escola Livre do Grupontapé, viabilizado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) do Governo Federal. No âmbito do município de Uberlândia, como atividade de contrapartida pelo subsídio recebido, além do apoio das empresas Start Química, que patrocinou a montagem do espetáculo, que teve início em janeiro do ano passado, o projeto também teve o apoio da Kings Barbearia.
Cemig: energia da cultura
Como a maior incentivadora da cultura em Minas Gerais, a Cemig segue investindo e apoiando produções artísticas existentes nas várias regiões do estado. Afinal, fortalecer e impulsionar o setor cultural mineiro é um compromisso da Companhia, refletindo seu propósito de transformar vidas com energia.
Ao abraçar a cultura em toda a sua diversidade, a Cemig potencializa, ao mesmo tempo que preserva, a memória e a identidade do povo mineiro. Assim, os projetos incentivados pela empresa trazem na essência a importância da tradição e do resgate da história, sem, contudo, deixar de lado a presença da inovação.
Com esse apoio, a estatal reforça o papel de ser grande incentivadora da cultura mineira, fortalecendo as produções artísticas em diversas regiões de Minas Gerais.
Para a empresa, apoiar espetáculos como “As Centenárias” é um reflexo do compromisso de preservar e valorizar a memória cultural de Minas, ao mesmo tempo em que promove a inovação e a acessibilidade à arte.
Serviço
- Espetáculo: “As Centenárias”
- Datas: 14, 15 e 16 de março de 2025
- Horários: Sexta e sábado às 20h; domingo às 19h
- Local: Sede do Grupontapé – Rua Tupaciguara, 471, Aparecida Classificação indicativa: 14 anos
- Medidas de Acessibilidade: Espaço adaptado e interpretação em Libras.
- Ingressos: Gratuitos, com reserva no Sympla ou na sede do grupo
- Site: www.grupontape.com.br | Instagram: @grupontape
Ficha Técnica
- Texto: Newton Moreno
- Direção: Cris Lozano
- Elenco: Kátia Bizinotto, Katia Lou e Rafael Patente
- Cenografia e desenho de luz: Marisa Bentivegna
- Grafite em cenografia: Dequete e Preta em Flor
- Figurinos e adereços: Flávio Arciole
- Trilha sonora: Makely Ka e Morris Picciotto
- Preparação de elenco: Babaya Morais (voz), Vanilton Lakka (corpo), Fernando Neves (circo-teatro)