A montagem integra a 7ª edição do Expedição Lunar, projeto de circulação e formação artística da Cia., que desde 2006, circula com espetáculos de repertório e oficinas artísticas por cidades mineiras. O texto inédito, proposto pela Luna Lunera e pelo Areas Coletivo, levanta questionamentos em torno do tempo, provocando indagações sobre o desejo e aquilo que adiamos, em mundo regido pelo imediatismo e pela ansiedade.
A Expedição Lunar, projeto da Cia. Luna Lunera, que acontece desde 2006 com a proposta de fomentar a circulação de espetáculos por cidades mineiras, associada à formação artística e de público, chega à sua 7ª edição. Até o mês de agosto, a circulação terá passado por Belo Horizonte, Uberlândia, Uberaba, Divinópolis, Barbacena e Juiz de Fora, com quatro espetáculos de repertório da cia.: “Aqueles Dois”, “E ainda assim se levantar”, “Prazer” e “Urgente”; além da realização de oficinas e bate papos. Em março, a Cia. chega a Uberlândia com o espetáculo “Urgente”, importante trabalho da Cia., para apresentações nos dias 13 e 14, quinta às 20h e sexta às 19h, no Cine Teatro Nininha Rocha. Os ingressos custam R$40,00 (inteira) e estão à venda online no site www.sympla.com.br e na bilheteria física do teatro. Este projeto conta com o patrocínio da CEMIG, por meio de recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.
O objetivo da Expedição Lunar é “promover o acesso às artes cênicas, por meio dos espetáculos de repertório da Cia., além da formação artística e também de público, com a realização de oficinas e bate-papos em cidades de Minas Gerais”, conforme explica o ator e cofundador da Cia Luna Lunera, Cláudio Dias. Esta edição leva à Uberlândia duas oficinas gratuitas de formação artística, realizadas em parceria com o grupo local Grupontapé: “Produção Cultural”, no dia 12 de março, quarta, das 18h às 22h; e “A Atuação Criadora”, nos dias 13 e 14 de março, quinta e sexta, das 13h às 17h. As inscrições podem ser realizadas online pelo Instagram @cia.lunalunera.oficial e presencialmente na sede do Grupontapé.
A Expedição Lunar já passou pelas cidades de Araxá, Barbacena, Bocaiúva, Conselheiro Lafaiete, Coronel Fabriciano, Guaxupé, Ipatinga, Mariana, Montes Claros, Ouro Branco, Ouro Preto, Uberaba, São João Del Rei, São Sebastião do Paraíso e Uberlândia. A abertura da 7ª edição aconteceu em Belo Horizonte, em fevereiro, com o espetáculo “Aqueles Dois”, dentro da 50ª Campanha de Popularização do Teatro e Dança (2025), no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. Agora, o projeto segue com os espetáculos “Urgente” em Uberlândia e Uberaba (março) e “E ainda assim se levantar” em Divinópolis (em abril), Barbacena e Juiz de Fora (em maio). Em agosto, retorna a Belo Horizonte com o espetáculo “Prazer”, encerrando a circulação.
“URGENTE”
“Urgente” estreou no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH) em 2016, realizando temporadas nos CCBBs do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Quase 10 anos após a estreia, o texto da Luna Lunera e do Areas Coletivo retorna extremamente atual. A história se passa em um cenário composto por quatro nichos de um metro quadrado cada, onde habitam cinco personagens e suas complexidades. Um enredo ficcional não linear se revela aos poucos e se relaciona com retrospectivas de vida dos atores, de dois minutos cada. A ambientação sonora da peça tem a assinatura da banda Constantina, grupo instrumental belo-horizontino de forte caráter investigativo e experimental. A proposta era que os músicos fossem afetados pela poética inicialmente colocada em cena e, a partir daí, entrassem em diálogo com o texto, através de releituras musicais da cena, interferências e provocações.
Na peça, a Cia. Luna Lunera e o Areas Coletivo trazem para a cena a recorrente impressão de que os dias, meses e anos passam cada vez mais rápido, assim como a sensação de impotência diante disso. Pessoas relatam a infinidade de planos e sonhos que morrem nas gavetas, a vida adiada para um futuro que nunca chega. O presente parece tornar-se, muitas vezes, o cumprimento de um amontoado de obrigações quase mecânicas. Em um mundo ainda regido pela obsessão pelo novo, o envelhecimento das pessoas e dos objetos é visto como ameaça da ampulheta impiedosa.
Como reflete a atriz Isabela Paes, “‘Urgente’ fala desses momentos em que, muitas vezes, vivemos por esperar o instante certo, onde, enfim, viveremos de fato. Sempre à espera: pelo final de semana, as férias, a aposentadoria. Ou protelamos tudo para quando comprarmos o apartamento, quando chegarem os filhos. Como diz o filósofo Blaise Pascal, ‘nunca vivemos, mas esperamos viver; e, preparando-nos sempre para ser felizes, é inevitável que nunca o sejamos’.”
Sobre a parceria com Areas Coletivo, Marcelo Soul, ator da Luna Lunera, conta que “escolhemos trabalhar com o Areas Coletivo depois de conhecermos o instigante trabalho de Miwa Yanagizawa. Além de reconhecer o viés poético desse coletivo composto unicamente por mulheres, nos identificamos com o grande frescor de suas obras e o esforço em sempre promover relações verdadeiras que se estabelecem no aqui e agora em suas criações”, destaca Marcelo.
O processo criativo de “Urgente” teve início com o trabalho de escuta e improvisação do elenco. Paralelamente, foi feita uma investigação das ansiedades pessoais e coletivas em relação ao tempo que nos atropela no dia a dia, que nos fazem deixar escapar nossas verdadeiras e essenciais urgências. Conforme o ator Zé Walter Albinati, “A ideia da direção não era a de criar previamente personagens e uma história, mas deixar que as relações genuínas estabelecidas através dos improvisos fizessem emergir situações autênticas, que se presentificaram para nós nesses exercícios. A partir daí é que veio o enredo.” E Cláudio Dias complementa: “Foi também um convite a um mergulho em nosso universo pessoal em diálogo com as questões e temáticas abordadas, que vão desde a passagem do tempo no corpo, o relógio biológico, à tendência contemporânea de um cotidiano acelerado que nos coloca em contato com múltiplas informações e funções que, por vezes, nos esvaziam”.
A criação do texto também contou com a interlocução dramatúrgica do escritor e psicanalista Carlos de Brito e Mello, que realizou uma conexão entre a literatura, a filosofia e a poética das cenas capturadas em processo.
Em 2021, como uma das ações comemorativas dos 20 anos da Cia. Luna Lunera, foi lançada a publicação de “Urgente” pela Editora Javali.
AREAS COLETIVO
O Areas Coletivo foi fundado em 2012 por Miwa Yanagizawa, Liliane Rovaris e Maria Silvia Siqueira Campos a partir do espetáculo “Breu”, de Pedro Brício. Em 2013, Camila Márdila se juntou ao coletivo após trabalhar com Liliane e Miwa no espetáculo “Nada – uma peça para Manoel de Barros”, com direção de Miwa e dos irmãos Guimarães. Também parte do trabalho e pesquisa do coletivo, a oficina “Estudo para o ator: a Escuta”, idealizada por Camila e Miwa, é realizada periodicamente desde 2013 em todo o Brasil.
Com importantes trabalhos anteriores no panorama cultural brasileiro, essas profissionais se reuniram em coletivo com o propósito de fomentar culturalmente o país de forma mais ampla, criando um intercâmbio cada vez maior entre as áreas da sociedade, com principal interesse nos indivíduos, em seus afetos, suas histórias, atuações políticas e modificações.
SINOPSE:
Moradores de um edifício estão tão atarefados em suas vidas solitárias, que deixam de ver as fendas que ameaçam o espaço comum onde vivem, onde se instala uma sirene de alerta, caso as rachaduras apresentem maior risco. Têm a sensação de correr incessantemente. No fundo, nada acontece em suas vidas, a não ser um amontoado de tarefas, algum respiro de humor e cumplicidade, em meio a seus desejos adiados ou urgentes.
CIA. LUNA LUNERA
Desde a fundação, em 2001, a premiada Companhia Luna Lunera reúne nove trabalhos no repertório – “Perdoa-me por me traíres” (2001), “Nesta data querida” (2003), “Não Desperdice sua única vida ou…” (2005), “Aqueles dois” (2007), “Cortiços” (2008), “Prazer” (2012), “Urgente” (2016), “E ainda assim se levantar” (2019) e “Aquela que eu (não) fui” (2023). A Cia. realizou mais de 1.000 apresentações de seus espetáculos por todo o território nacional e em países como Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, França, México, Panamá, Portugal, Uruguai e Venezuela, atingindo um público aproximado de 250 mil espectadores. O grupo compartilha, permanentemente, seus processos criativos por meio de debates e do Observatório de Criação, ministrando oficinas e o Curso In Cena, atuante na formação de uma diversidade de artistas da nova geração.
FICHA TÉCNICA
Direção: Miwa Yanagizawa e Maria Sílvia Siqueira Campos . Assistente de direção: Liliane Rovaris . Texto: Areas Coletivo de Arte e Cia. Luna Lunera . Interlocução dramatúrgica: Carlos de Brito e Mello e Liliane Rovaris . Elenco: Anderson Luri, Cláudio Dias, Letícia Castilho, Marcelo Soul, Zé Walter Albinati . Ambientação sonora: Constantina . Sonoplastia: Karina . Cenário: Yumi Sakate e Areas Coletivo de Arte . Cenotécnicos: Henrique Fonseca e Alexandre Silva . Figurino: Yumi Sakate . Criação de Luz: Felipe Cosse e Juliano Coelho . Arte: Leon Ramos . Vídeos: Daniel Veloso – Sabotage Filmes . Assessoria de imprensa: Cristina Sanches (CS Comunicação e Arte) . Gestão financeira: Graziane Gonçalves . Produção executiva: Nathan Coutinho Coordenação de produção: Mariana Rabelo . Coordenação geral: Cláudio Dias e Marcelo Soul.
CEMIG: A ENERGIA DA CULTURA
A Cemig é a maior incentivadora de cultura em Minas Gerais e uma das maiores do país. Ao longo de sua história, a empresa reforça o seu compromisso em apoiar as expressões artísticas existentes no estado, de maneira a abraçar a cultura do estado em toda a sua diversidade. Além de fortalecer e potencializar as diferentes formas de produção artística, a Cemig se apresenta, também, como uma das grandes responsáveis por atuar na preservação do patrimônio material e imaterial, da memória e da identidade do povo mineiro.
Os projetos patrocinados pela companhia, por meio da Lei Estadual e/ou Federal de Incentivo à Cultura, têm por objetivo beneficiar o maior número de pessoas, nas diferentes regiões do estado, promovendo a democratização do acesso às práticas artísticas. Assim, investir, incentivar e impulsionar o crescimento do setor cultural em Minas Gerais reflete o posicionamento da Cemig em transformar vidas com a sua energia.
SERVIÇO
Espetáculo “Urgente” – Cia Luna Lunera
13 e 14 de março
Quinta às 20h e sexta às 19h
Local: Cine Teatro Nininha Rocha
(Praça Prof. Jacy de Assis, s/n – Centro, Uberlândia)
Classificação Indicativa: 16 anos | Duração: 100 minutos
Ingressos R$ 40,00 (inteira)
Venda online no site www.sympla.com.br e na bilheteria física do teatro
Oficinas de formação artística
Gratuitas
“Produção Cultural”: dia 12 de março, quarta, das 18h às 22h
“A Atuação Criadora”: nos dias 13 e 14 de março, quinta e sexta, das 13h às 17h
Inscrições: pelo Instagram @cia.lunalunera.ocial e presencial na sede do Grupontapé.
Redes sociais: Facebook: /cialunalunera | Instagram: @cia.lunalunera.oficial