A ideia de que a magreza é sinônimo de saúde é um mito que persiste há muito tempo | Crédito: Freepik
Recentemente, uma participante do Big Brother Brasil 25 desabafou as insatisfações com o próprio corpo e afirmou não frequentar praias e piscinas em virtude disso. A ideia de que a magreza é sinônimo de saúde é um mito que persiste há muito tempo. Contudo, um corpo funcional não se resume ao peso registrado na balança. A idealização de um padrão socialmente estabelecido também pode afetar o bem-estar emocional, acarretando ansiedade, depressão e distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia.
Embora a obesidade e o sobrepeso estejam frequentemente relacionados a complicações, os transtornos alimentares têm o potencial de provocar graves problemas, como desnutrição proteica e deficiência de nutrientes essenciais. De acordo com a nutricionista da Hapvida NotreDame Intermédica, Adilla Almeida, a magreza, por si só, não é necessariamente um indicativo de saúde. Além da relação entre peso e altura, é essencial avaliar a composição corporal, realizar exames periódicos e considerar aspectos como a saúde mental.
Mesmo pessoas magras estão suscetíveis a doenças, especialmente quando levam um estilo de vida sedentário e possuem uma alimentação desequilibrada. “É preciso estar atento aos riscos de hipertensão, de diabetes e de doenças cardiovasculares relacionadas, principalmente, ao aumento do colesterol. O sedentarismo também pode causar oscilações hormonais que afetam o controle da fome, da saciedade, do estresse e da regulação do sono”, alerta a especialista.
Impactos na saúde mental
Cada organismo possui particularidades. Cada corpo é único e, nem sempre, estará de acordo com padrões estéticos. A busca desenfreada por um ideal de beleza pode potencializar diversos transtornos alimentares e psicológicos, como ansiedade e depressão.
Essa visão distorcida do próprio corpo frequentemente leva a uma obsessão insustentável pela magreza. “Muitas vezes, as pessoas recorrem a fórmulas mágicas sem orientação profissional, seguindo dicas da internet ou por conta própria. Isso pode levar a problemas mais graves, como má alimentação, dietas restritivas e até transtornos alimentares”, relata a psicóloga da Hapvida Notredame Intermédica, Rosimery Santos.
A especialista afirma que o autoconhecimento é necessário para construir uma relação mais positiva com o próprio corpo. “É importante ter essa consciência e entender que comparar nunca é o caminho. Somos seres humanos únicos. Não adianta a gente buscar essa idealização acerca do outro, mas sim do que somos, do que nos faz bem. E, de modo geral, buscar hábitos positivos, dormir bem, se alimentar bem. Ter uma qualidade de vida menos estressante, ter relações saudáveis, tudo isso vai influenciar a pessoa ter uma visão mais humana e empática consigo mesmo”.
Cuidados para uma vida saudável
A falsa sensação de segurança em relação à magreza pode atrasar diagnósticos importantes. Adilla alerta que sintomas como fraqueza, tontura, mucosas dos olhos descoradas, sinais de desidratação, flacidez e pele ressecada podem indicar problemas de saúde, como anemia e desnutrição. “Uma alimentação equilibrada, com frutas, legumes, proteínas magras e grãos integrais, junto à prática regular de atividades físicas, é essencial para manter a saúde em qualquer tipo físico. Além disso, uma hidratação adequada e o acompanhamento profissional são indispensáveis”, orienta a nutricionista.
Já Rosimery enfatiza a importância da terapia para desconstruir a ideia de que magreza é sinônimo de felicidade ou sucesso. “O trabalho terapêutico permite ressignificar crenças distorcidas e enxergar o corpo de forma mais realista, valorizando a saúde e o bem-estar acima de padrões estéticos irreais”, destaca a psicóloga.