A Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) desempenhará um papel relevante no Projeto BRA/12/002-S017, iniciativa de cooperação técnica internacional firmada recentemente entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com o Instituto de Economia Rural (IER) do Mali, que visa ao fortalecimento da cadeia do algodão em países africanos. O projeto busca promover a transferência de tecnologias brasileiras para aumentar a produtividade e a sustentabilidade do cultivo algodoeiro nos países do grupo C4+Togo (Benim, Burkina Faso, Chade, Mali e Togo).
Foco na produção de insumos biológicos
O “Projeto regional estratégico de estruturação do laboratório de Sotuba para atender a demanda de produtos biológicos contra pragas de culturas nos países do C4+Togo” prevê estruturar um centro de produção de insumos biológicos para o manejo de pragas na cultura de algodão, contribuindo com soluções sustentáveis e menos dependentes de defensivos químicos.
Diversas atividades foram programadas, incluindo o redesenho do layout do laboratório, a elaboração de listas orçamentárias e contratações de consultores técnicos para adequações estruturais e tecnológicas.
Atuação da Amipa
A entidade, por meio de sua unidade filial Fábrica de Produtos Biológicos (Biofábrica), tem contribuído com expertise na elaboração de protocolos de manejo e conservação de matrizes biológicas e com a capacitação de equipes locais. No projeto, liderará treinamentos no laboratório de Sotuba, abordando técnicas de multiplicação de insetos e armazenamento de insumos.
Licio Augusto Pena de Sairre, diretor-executivo da Amipa, destaca a importância da cooperação: “Esse projeto reflete a capacidade brasileira de gerar soluções tecnológicas que impactam positivamente a produção de algodão em regiões que dependem economicamente dessa cultura. Nossa parceria com o C4+Togo fortalece laços internacionais e promove o intercâmbio de conhecimento”.
Resultados esperados
O projeto busca estabelecer parcerias institucionais com institutos de pesquisa e criar um banco de dados com os resultados obtidos. A meta é ampliar a produtividade e fomentar soluções regionais para o manejo de pragas, melhorando as condições socioeconômicas dos produtores africanos.
O Comitê de Acompanhamento do Projeto supervisiona as atividades e promove reuniões regulares para garantir o cumprimento das metas. Licio reforça: “O trabalho em conjunto com as instituições locais é fundamental para assegurar que as soluções sejam adaptadas às realidades regionais”.
Diplomacia e internacionalização
O projeto também fortalece a diplomacia brasileira ao ampliar sua presença em países africanos e promover sua capacidade de cooperação Sul-Sul. Instituições como a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais ( Emater MG) têm contribuído ativamente, consolidando o papel do Brasil como parceiro estratégico no desenvolvimento da cadeia algodoeira.
A colaboração no âmbito do BRA/12/002 é um exemplo concreto de como a troca de tecnologias e boas práticas pode impulsionar o desenvolvimento sustentável, beneficiando tanto os países parceiros quanto as instituições envolvidas no Brasil.