Cuidados paliativos visam promover qualidade de vida em casos de doenças graves que ameaçam a vida

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Opção por este tipo de abordagem não significa que não haja mais nada a fazer pelo paciente

O significado da palavra paliar é proteger. Por isso, quando você ouvir que alguém é elegível a cuidados paliativos, saiba que esta pessoa será ainda mais protegida pela equipe de saúde que a assiste. Com o avanço da medicina e o aumento da expectativa de vida, os cuidados paliativos têm ganhado crescente importância. A abordagem visa melhorar a qualidade de vida de pacientes, e de seus familiares, diante de doenças crônica graves, que ameacem a continuidade da vida, ou seja, há muito o que fazer.

Segundo a médica paliativista Renata Lara Borges, os Cuidados Paliativos visam prevenir e aliviar o sofrimento através da identificação precoce, avaliação correta e tratamento dos sintomas multidimensionais, sejam eles sintomas físicos, sociais, psicológicos, espirituais. “Os Cuidados Paliativos devem ser iniciados o mais precoce possível, de preferência desde o diagnóstico de uma doença grave que ameaçe a vida. Porém, em cada fase do processo de adoecimento uma alocação de recurso se faz necessária”, esclarece a especialista. De acordo com a médica, nas fases iniciais da evolução da doença, como no caso da doença oncológica, o próprio oncologista pode oferecer cuidados paliativos juntamente com o tratamento modificador da doença. “Já nas fases mais avançadas, como quando o prognóstico estimado é inferior a um ano de vida, uma equipe especializada em cuidados paliativos é crucial”, pontua.

A especialista chama atenção também para a afirmação equivocada de que quando se institui cuidados paliativos significa que não há mais nada a fazer pelo paciente. “Isto é mito. Há muito o que ser feito quando se instituem cuidados paliativos. Inclusive, a abordagem de cuidados paliativos pode ser feita em consonância com tratamentos modificadores de doença, como a quimioterapia e a radioterapia, no caso da doença oncológica. Muitos artigos mostram que, quando os cuidados paliativos são instituídos de forma precoce, desde o diagnóstico, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes, aumenta a sua sobrevida. Os cuidados paliativos são uma abordagem que, incessantemente, procura meios de prevenir ou aliviar o sofrimento do ser humano. Dessa forma, sempre tem muito mais a ser feito pelo paciente, familiares e equipe de saúde que os acompanha”, concluiu Renata Borges.

A equipe de cuidados paliativos é multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, farmacêuticos e fonoaudiólogos. Estes profissionais trabalham de forma integrada para abordar as múltiplas dimensões do sofrimento dos pacientes.

De acordo com o Ministério da saúde, estima-se que, em todo o país, cerca de 625 mil pessoas necessitem de cuidados paliativos, sendo que muitas ainda morrem em dor e angústia desnecessária devido à falta de acesso a cuidados adequados. Segundo a OMS, calcula-se ainda que no mundo, a cada ano, mais de 56,8 milhões de pessoas, incluindo 25,7 milhões no último ano de vida, necessitam desses serviços essenciais.

Cuidados Paliativos no Centro Infusional / Oncologia Unimed Uberlândia
O Centro Infusional / Oncologia Unimed Uberlândia, visando atendimento humanizado e integral ao paciente oncológico e suas famílias, oferece abordagem de cuidados paliativos desde o diagnóstico. Inicialmente isso é feito pelos próprios oncologistas ou onco-hematologistas e, no momento oportuno, o paciente é encaminhado para acompanhamento também no Ambulatório de Cuidados Paliativos Oncológicos Unimed Uberlândia.

O ambulatório multiprofissional especializado em Cuidados Paliativos, cujo lema é: “A vida no centro do cuidado”, é formado por médica paliativista, enfermeira paliativista, psicóloga paliativista, nutricionista e farmacêutica. Ele funciona por meio de consultas multidisciplinares onde o paciente é avaliado e tratado de forma integral, com foco na prevenção e alívio dos diversos sofrimentos multidimensionais.

As consultas são marcadas com intervalos individualizados, de acordo com a necessidade de cada paciente. Além disso, esse ambulatório tem parceria com o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) da Unimed Uberlândia, propiciando transição de cuidados de forma gradual. Dessa forma, o SAD participa de algumas consultas no ambulatório, e ainda de visitas domiciliares do SAD, formando assim Cuidados Paliativos em Rede.

Os Cuidados Paliativos não são baseados em protocolos, mas sim em princípios, conforme seguem:

  • Promover alívio da dor e outros sintomas responsáveis pelo sofrimento;
  • Afirmar a vida e reconhecer a morte como um processo natural da vida;
  • Não antecipar nem prolongar ou adiar a morte (a morte no momento certo; princípio da ortotanásia);
  • Integrar aspectos psicológicos e espirituais ao cuidado;
  • Oferecer um conjunto de cuidados e suporte para ajudar o paciente a viver da maneira mais ativa possível até a morte;
  • Acessar, por meio de uma equipe multiprofissional, as necessidades do paciente e da família, incluindo assistência ao luto, se necessário;
  • Melhorar a qualidade de vida influenciando positivamente a evolução da doença;
  • Instituir cuidados paliativos precocemente no curso da evolução da doença em conjunto com tratamentos modificadores da doença responsáveis por prolongar a vida (como a quimioterapia e radioterapia);
  • Incluir investigações diagnósticas necessárias para melhor compreensão e manejo das complicações clínicas que possam gerar sofrimento.