Tatuagem na córnea pode ser aliada na reconstrução ocular

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A ceratopigmentação tem se tornado mais conhecida pelo grande público. Recentemente, clínicas dos Estados Unidos e da Suíça compartilharam em suas redes sociais resultados do procedimento que consiste na aplicação de uma combinação de pigmentos na córnea, por micropunção automatizada estromal, para mudar a coloração dos olhos, tendo alcançado milhares de visualizações.

A tatuagem de córnea tem excelentes resultados quando bem indicada. É um procedimento relativamente simples que traz um ganho estético considerável para os pacientes que realmente precisam. É indicada como uma alternativa às lentes de contato e próteses, para melhorar o aspecto causado por certas condições, como cicatrizes corneanas, que deixam os olhos esbranquiçados, e alterações irianas (estrutura colorida dos olhos) – neste caso, além do ganho estético há ganho com a redução da sensibilidade luminosa.

Cabe frisar que por mais que a ceratopigmentação busque uma aparência levemente natural, seu resultado é menos natural do alcançado com o uso de uma lente de contato colorida. Porém, para casos de lesões na córnea e outras condições, o método impacta de forma duradoura na autoestima e qualidade de vida dos pacientes.

Em olhos perfeitamente funcionais, quando o intuito é meramente estético pelo desejo de mudar a cor dos olhos (de marrom para azul ou verde), o recurso não é permitido no território brasileiro. O resultado estético é mediano, podendo gerar arrependimento além das possíveis complicações mais sérias, entre elas, desbotamento da coloração, redução do campo visual periférico, resposta inflamatória crônica, vascularização corneana e, consequentemente, redução da acuidade visual.