Com início no próximo dia 21, a estação mais quente do ano está quase chegando. Por ser um mês com datas festivas, férias e altas temperaturas, a exposição solar nesse período aumenta. Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) escolheu o mês para a campanha Dezembro Laranja. A intenção da ação é estimular a prevenção e diagnóstico do câncer de pele.
O banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, apontou que, ao longo de 10 anos, entre 2013 e 2022, foram diagnosticados 278.748 casos de câncer de pele – uma das doenças que podem ser provocadas pela exposição solar excessiva.
Os cânceres de pele são divididos em três tipos mais comuns: o carcinoma basocelular (CBC), carcinoma espinocelular (CEC) e o melanoma, sendo que os dois primeiros são menos letais e possuem maior incidência. “O CBC costuma surgir nas áreas mais expostas ao sol, como face, pescoço, couro cabeludo, colo e ombros, e pode se caracterizar por uma pápula vermelha, brilhosa, com crosta e que pode sangrar. Já o CEC, também costuma surgir nas áreas expostas, mas também tem grande incidência em áreas menos visíveis. Esse tipo habitualmente pode ser em tom avermelhado e em forma de feridas mais espessas, que não cicatrizam”, explica Teresa.
Ela conta que o melanoma é o tipo de câncer de pele com maior índice de mortalidade. “Geralmente, esse tipo surge como uma pinta ou sinal, muitas vezes com aspecto e formato irregulares, com variações de cor e tamanho e que pode sangrar. Essa lesão pode surgir tanto em áreas expostas, quanto nas mais difíceis de serem visualizadas. Portanto, a vigilância da própria pele, a consulta dermatológica frequente e as medidas de proteção prescritas pelo dermatologista são essenciais para prevenir o surgimento do câncer de pele”, diz.
Para a dermatologista Teresa Noviello, é de extrema importância que as pessoas conheçam o próprio corpo e façam o autoexame com frequência, para que, caso note algo diferente, procure o dermatologista o mais rápido possível. Ela, que também é CEO da Clínica Teresa Noviello e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que, dessa forma é possível realizar a detecção precoce da doença, traçar o diagnóstico correto e iniciar o tratamento imediato, que pode ser fundamental para a cura.
Em todos os casos, a prevenção é muito importante para evitar problemas futuros. Como os cânceres de pele costumam estar ligados à exposição solar em excesso e sem proteção (além da exposição ao sol, o câncer de pele pode surgir devido a outros fatores, como doenças de pele, exposição a agentes químicos ou radiação), o uso do protetor solar é fundamental independentemente da estação climática. “Os raios ultravioleta, também conhecidos como raios UVB, estão presentes em todas as estações do ano, mas são mais intensos em determinadas épocas e períodos do dia, como de 9h às 15h. Estes raios penetram e estacionam na superfície da pele, provocando queimaduras. Por isso, evitar exposição solar excessiva e proteger a pele é um dos caminhos mais eficazes para contornar os riscos. Mas, mesmo o uso e composição do protetor solar indicado é individual, devendo sempre ser prescrito por um médico dermatologista”, pontua Dra. Teresa.
Por outro lado, Teresa Noviello ainda enfatiza que a exposição ao sol não é totalmente perigosa e pode trazer inclusive diversos benefícios, desde que sejam tomadas algumas medidas. “O sol, por exemplo, pode nos ajudar na manutenção da vitamina D, melhorar nosso humor e fortalecer nosso sistema imunológico, portanto ele não deve ser cortado totalmente. Mas, para que possamos aproveitar apenas seus benefícios e evitar problemas futuros, alguns cuidados devem ser tomados, como o uso diário do protetor solar ideal para cada tipo de pele, o uso de bonés e chapéus, a exposição solar controlada e a consulta dermatológica periódica”, aconselha.