Brasil caminha para manter a doença sob controle depois do surto de 2018
De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia, que é a causa mais comum de morte por sarampo na infância. Além disso, cerca de uma em cada dez crianças com sarampo desenvolvem uma otite aguda que pode resultar em perda auditiva permanente. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estima que, de 2000 a 2017, a vacinação contra o sarampo evitou cerca de 21,1 milhões de mortes, tornando a vacina um dos melhores investimentos em saúde pública. Conforme matéria publicada na Agência Brasil, pertencente à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a imunização conseguiu eliminar a doença não apenas do Brasil, mas em todo o continente americano, o que foi reconhecido pela Opas em 2016. À época, a organização lembrou que o sarampo chegou a matar 2,6 milhões de pessoas por ano no mundo antes da década de 1980. No entanto, há cinco anos, o Brasil teve um surto da doença, perdendo a certificação e o reconhecimento de “país livre do vírus do sarampo”. O ápice de casos confirmados aconteceu entre 2020 e 2021 que, somados, registraram 29 mil, conforme os dados epidemiológicos disponíveis no site do Ministério da Saúde. No ano passado, foram 44 casos confirmados de sarampo, e, em 2023, ainda não há registros de diagnósticos.
O infectologista Munir Akar acredita que o país caminha para controlar novamente o sarampo. “Houve um programa muito efetivo de vacinação de bloqueio nas regiões em que ocorreram os casos e, apesar de ainda discreta, houve um aumento na cobertura vacinal após o término da pandemia”, explica. No Brasil, a imunização contra o sarampo começou em 1967. Para o médico, com o retorno da doença em 2018, as pessoas demonstraram que desconhecem a gravidade dela. “Com a grande cobertura vacinal, a doença praticamente desapareceu. A população, atualmente, não convive com os doentes e, portanto, acha que não é mais problema. Como ainda existe sarampo em várias partes do mundo, o vírus pode ser reintroduzido em nosso meio através dos suscetíveis não vacinados que, hoje, são muitos”, alerta.