A mesada é uma boa chance dada pelos pais aos filhos para que eles cuidem de uma pequena parcela do orçamento familiar. Existe a ideia de que a palavra finanças pertence somente ao vocabulário dos adultos, mas não é verdade. É necessário dialogar, explicar e debater com as crianças o motivo da mesada e como utilizá-la. É importante também falar sobre abrir mão de recompensas imediatas para conquistar algo que se deseja no futuro. Esse ponto costuma encontrar resistência dos adolescentes, que gostam de buscar o imediatismo. É fundamental abordá-los, estimulando-os ao controle de gastos e a criação de uma poupança (no banco ou em casa) para realizar sonhos maiores.
O motivo para dar ou não mesada deve ser claro, embasado na maturidade do adolescente e nas condições financeiras da família. Sendo um combinado, as regras da mesada precisam ser transparentes, como o valor e o dia do pagamento, pois a criança ou adolescente poderá fazer planejamentos de acordo com suas possibilidades. Isso pode gerar um importante aprendizado para a vida adulta.
Em determinadas situações, a mesada pode ser prejudicial. Quer dizer, quando é usada para gratificar o bom comportamento, as boas notas da escola ou por realizar tarefas como não deixar brinquedos espalhados pela casa ou manter o próprio quarto organizado. Essas são responsabilidades básicas da criança, do adolescente que devem ser ensinadas desde cedo. Mas a mesada também pode atrapalhar o desenvolvimento do jovem quando se prolonga por bastante tempo. Luciana Bassanesi, educadora financeira, destaca que se a mesada for mal empregada pode virar uma armadilha para os filhos. “Sem um propósito claro e sem nossa direção, você pode estar alimentando impulsos e desvalores. A mesada não compra amor. Ela deve ser o reflexo de nossa responsabilidade em ensinar, em cada centavo, os princípios que queremos para os filhos”, ressalta.