Com influências que abrangem desde Jorge Ben até Caetano Veloso, e incorporando o manguebeat de Chico Science, o cantautor Jota.pê, natural de Osasco, se destacou com lançamentos de singles e seu álbum de estreia “Crônicas de um Sonhador” em 2015. O EP “Garoa” (lançado em 2021), produzido por Lucas Mayer e com participações de renomados músicos como Marcelo Mariano e Kabé Pinheiro, também marcou sua trajetória.
Além disso, Jota.pê se aventurou no duo musical ÀVUÀ, formado com sua amiga Bruna Black. Essa parceria os levou a uma nomeação no Grammy Latino 2021 com o álbum “ONZE”, que conta com colaborações de artistas consagrados, incluindo Elza Soares e Zeca Baleiro. No mesmo ano, o duo teve a honra de ser convidado para participar do ColorsxStudios, um dos maiores canais de música do mundo.
A jornada musical de Jota.pê inclui apresentações marcantes no TEDx, Memorial da América Latina e Sofar Sounds. Sua participação no The Voice Brasil também o levou a ser elogiado por Lulu Santos como uma das melhores vozes de todas as temporadas do programa. Recentemente, em uma série de apresentações em todo o Brasil, ele conquistou o palco europeu em sua primeira turnê pelo continente, com ingressos esgotados em todos os shows.
E a história de Jota.pê continua a se desdobrar. No horizonte, ele está preparando um novo álbum solo, pronto para ser lançado no primeiro semestre de 2023. Sua versatilidade e talento estão solidificando seu nome no cenário musical tanto nacional quanto internacional.
Como você descreveria o estilo musical presente no seu novo álbum?
Eu gosto de chamar de MPB justamente porque, quando ouço Gilberto Gil, Djavan, Caetano e outros, percebo que eles incorporam rock, samba, reggae, forró e na hora de definir, as pessoas chamam de MPB e está tudo bem. Gosto dessa liberdade de misturar todos os ritmos que vibram em mim. Acho que esse disco é muito isso, um flerte com o samba, com o forró, com o rap.
Quais foram suas principais influências musicais ao criar esse novo trabalho?
Além das minhas influências habituais, como Djavan, Gil, Lenine… para este álbum, pesquisei muitas sonoridades de fora do Brasil. Muitas coisas de Mayra Andrade me inspiram bastante, assim como Dino D’Santiago, Tom Misch e Cesária Évora. Voltando ao Brasil, também ouvi muito Emicida, que foi o artista que me fez desejar trazer timbres do rap para este álbum.
Como foi a experiência de colaborar com músicos renomados como Marcelo Mariano e Kabé Pinheiro?
Eu amo esses caras. Marcelo Mariano e Kabé Pinheiro me ajudaram a me tornar o artista e a pessoa que sou hoje. Eles estão comigo há mais de 6 anos e me auxiliaram muito a compreender e construir minha identidade musical, além de me tornarem mais crítico e estudioso, resultando em melhores resultados.
Como surgiu a parceria com o duo ÀVUÀ e como isso influenciou sua carreira?
O ÀVUÀ é um projeto que surgiu durante a pandemia, com minha amiga/irmã Bruna Black. Isso me salvou de muitas maneiras, no meio dessa loucura, iniciar um projeto tão incrível com uma artista tão talentosa como ela me ajudou a manter minha mente sã. Essa parceria nos trouxe inúmeras coisas maravilhosas, como o ColorsxStudios, uma indicação ao Grammy, turnês… Eu amo a Bruninha e me tornei um artista e uma pessoa muito melhores por tê-la conhecido.
Como você se sentiu ao ser indicado ao Grammy Latino com o álbum “ONZE”?
Este álbum e a indicação ao Grammy foram duas das maiores alegrias da minha vida. O álbum é lindo e ter a honra de gravar uma obra inédita do Adoniran foi incrível, especialmente ao lado de Elza Soares, Zeca Baleiro e outros grandes nomes. Tenho um carinho imenso por este projeto.
Quais foram os momentos mais marcantes de sua turnê pela Europa?
O primeiro show solo em Lisboa, no festival Lisboa/Criola Gulbenkian, foi MUITO ESPECIAL! Tocar para mais de mil pessoas em outro país, sozinho, apenas com voz e violão, foi uma experiência INCRÍVEL!!! E o último show da turnê do ÀVUÀ no Porto também foi maravilhoso. Houve um clima de comemoração no encerramento da turnê.
O que os fãs podem esperar do seu novo disco solo que será lançado em breve?
Com certeza, há muito balanço. O disco é majoritariamente dançante. São músicas para ouvir e dançar.
Como você descreveria sua evolução como artista desde o lançamento de seu primeiro álbum?
É uma grande felicidade observar as transformações que minha arte passou. Acredito ter melhorado muito como cantor, compositor e arranjador. Hoje em dia, sou muito mais dono da minha arte. Sinto-me mais livre para explorar possibilidades porque aprendi muitas coisas. Estar aberto a testar possibilidades com consciência é maravilhoso.
Quais são seus planos para o futuro em relação à sua carreira musical?
Meu desejo é continuar vivendo daquilo que amo: fazendo shows em muitos lugares, gravando mais singles, EPs e álbuns, e conhecendo novos artistas. Amo o processo de ser um artista da música e tudo que isso envolve. Quero poder continuar vivendo o meu sonho.
Como você define sua identidade artística e o que acredita que a torna única no cenário musical atual?
Essa pergunta é interessante. Acredito que a graça está em não me definir. Eu deixo a música representar aquilo que me move, o que me anima, o que me entristece e o que me irrita. Reproduzo esses sentimentos. Não me preocupo muito em definir. Gosto dessa liberdade.
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