Faculdade da Costura cria oportunidades para transformar vidas por meio de seus cursos

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Curso de corte e costura faz alunas transexuais sonharem com um futuro diferente como empreendedoras no setor de moda.

A vida nunca foi fácil para Táxila da Costa Brandão e Luara Rodrigues da Silva, transexuais que saíram de suas cidades de origem há mais de uma década em busca de melhores oportunidades em Uberlândia.  No fim de 2021, elas viram suas vidas mudarem após a prisão da pessoa para quem trabalhavam e onde moravam. Foi preciso recomeçar, repensar o futuro, e o primeiro passo foi participar do projeto da Defensoria Pública para a troca do nome social.

A partir deste projeto e por meio de uma parceria com a Icasu – Instituição Cristã de Assistência Social de Uberlândia -, Táxila e Luara chegaram na Faculdade da Costura. “Nos foram oferecidos alguns cursos profissionalizantes por meio de parcerias que tinham e escolhemos fazer corte e costura”, conta Táxila Brandão, natural do Acre e que mora em Uberlândia há 13 anos.

Luara da Silva conta que queria fazer outro curso, mas que cresceu vendo a mãe entre linhas, agulhas, tesoura e a máquina e decidiu arriscar. Ela é de Paraíso, no Tocantins, e está em Uberlândia há 17 anos. “Não me arrependo da escolha. Estou gostando muito e penso em aprimorar, fazer outros cursos”, revela.

Além de amigas, elas são vizinhas e estão na mesma turma na Faculdade da Costura. Táxila e Luara fazem, desde novembro de 2022, o curso de Corte e Costura Básico, às terças-feiras, das 14h às 18h.

Em cinco meses de curso, as alunas já confeccionaram algumas peças de roupas para elas. Agora, Táxila está finalizando um vestido longo vermelho e Luara, um macaquinho. Faltando pouco tempo para a conclusão do curso, elas já pensam no futuro e começam a sonhar com o negócio próprio. “Queremos fazer outros cursos, dá sequência e aprimorar para, no futuro, ter nossa própria marca e até um ateliê”, ressaltam.

Sobre a convivência na Faculdade da Costura, com as demais colegas de turma, elas disseram que foram muito bem recebidas, desde o primeiro contato com o CEO da escola, Gledson Vieira. “Fomos muito bem recebidas e a aceitação é tranquila. Não passamos por nenhuma situação de preconceito aqui. Somos vistas e respeitadas como todos aqui são”, disse Táxila.

Pioneirismo
A Faculdade da Costura tem esse olhar social desde a sua fundação, ajudando pessoas a transformarem suas realidades por meio dos cursos profissionalizantes e realizando parcerias com instituições e empresas para que mais pessoas tenham acesso.

Nesta semana, durante o Minas Trend, em Belo Horizonte, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social apresentou o projeto Trajeto Moda, que capacita mulheres em vulnerabilidade social para o mercado da moda. Até o momento, prefeituras de 35 municípios são parceiras do projeto, que pretende beneficiar de 300 a 430 famílias.

A concepção do Trajeto Moda é oferecer oportunidade de capacitação e geração de trabalho e renda para mulheres e ainda colaborar para a construção e fortalecimento da autoestima, empoderamento e autonomia femininas, por meio do ofício da costura e de outras habilidades.

Sobre esse olhar social, o CEO da Faculdade da Costura, Gledson Vieira, diz que é importante dar oportunidades para quem quer e precisa se profissionalizar, especialmente porque o mercado da moda sempre está em busca de mão de obra qualificada. Ele conta que já procurou a Prefeitura de Uberlândia para a realização de uma parceria futura com a Faculdade da Costura.