Cigarro mata 8 milhões de pessoas por ano no mundo

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O dado é da Organização Mundial da Saúde e reforça a importância de combater o tabagismo.

O dia 29 de agosto foi escolhido para marcar a luta de combate ao fumo no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o tabagismo é classificado com uma doença crônica causada pela dependência à nicotina e aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano (em nível de comparação seria como se 10 cidades do porte de Uberlândia “desaparecessem” a cada ano).

Daí a grande importância de campanhas de prevenção e combate ao tabagismo com conscientização e educação da população, uma vez que mesmo aqueles não fumantes também estão expostos aos riscos, pois, ainda segundo a OMS, dessas 8 milhões de mortes a cada ano, aproximadamente 1,2 milhão ocorre em fumantes passivos (aqueles que indiretamente são expostos ao cigarro). Segundo o cardiologista do SistemaHapvida, médico que atua no Hospital Madrecor, em Uberlândia-MG, estima-se que, ao fim do dia, em um ambiente poluído, os não fumantes podem ter respirado o equivalente a 10 cigarros.

O tabagismo é considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, quase 500 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo e mais de 150 mil mortes poderiam ser evitadas a cada ano.

Os produtos fabricados com a folha do tabaco são: cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, rapé, fumo de rolo, dispositivos eletrônicos para fumar e outros. Segundo o cardiologista do Sistema Hapvida, na “inocente fumacinha” do cigarro contém mais de 4.500 substâncias tóxicas incluindo a nicotina (substância que causa a dependência), monóxido de carbono (o mesmo gás venenoso que sai do escapamento dos automóveis) e alcatrão (composto por aproximadamente 50 substâncias pré-cancerígenas).

“A nicotina espalha-se por todos os tecidos do corpo atingindo por exemplo pulmão, cérebro, coração, vasos sanguíneos, músculos, saliva, leite materno e até o líquido amniótico (líquido fundamental para a criança em desenvolvimento durante a gravidez). Por isso, a nicotina está relacionada com diversas enfermidades dentre elas: câncer (por exemplo de pulmão, intestino, estômago, boca, laringe, bexiga, etc.), doenças pulmonares (enfisema, bronquiolite, infecções pulmonares), doenças cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio, morte súbita, AVCs/derrame, aneurisma da aorta, doença vascular periférica), alterações ósseas (osteoporose, fraturas patológicas), alterações sexuais (impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens) , complicações da gestação e outras”, explica o médico.

Diante disso é claro que o tabagismo traz impacto negativo na quantidade (anos vividos) e na qualidade de vida das pessoas, sendo uma questão de saúde pública. Existem várias ações governamentais para alertar sobre os prejuízos causados pelo tabaco.

A nicotina ao ser inalada produz uma alteração no sistema nervoso central levando a modificações no estado emocional e no comportamento das pessoas, o que a pode levar a dependência. “Engana-se quem diz que o cigarro acalma, pois na verdade ele altera o organismo devido à uma descarga de adrenalina levando ao aumento da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca e alteração do ritmo cardíaco (arritmias), aumento no gasto de energia e oxigênio pelo organismo e outras, com isso aqueles já portadores de alguma cardiopatia estão em risco aumentado de um evento”, alerta o cardiologista do Sistema Hapvida.

O cigarro e a saúde do coração
O tabagismo está associado a aproximadamente 20% das mortes cardiovasculares sendo que os fumantes quando comparados aos não fumantes têm um risco de infarto agudo do miocárdio quase quatro vezes maior (antecipando o evento em até 10 anos e com maior mortalidade comparado aos não fumantes), risco de morte súbita quase 10 vezes maior, risco de AVC até 4 vezes maior. “Além disso, o tabagismo antecipa em até 10 anos a ocorrência de infarto e nos pacientes tabagistas que infartam a mortalidade é maior quando comparado aos não fumantes”, explica o médico.

Devido às mudanças ocorridas na sociedade, houve um aumento do tabagismo na população do sexo feminino sendo o tabagismo o principal fator de risco para doença coronariana nas mulheres, e a combinação de tabagismo e uso de pílulas anticoncepcionais aumenta o risco de AVC em mais de 20 vezes. “As mulheres tabagistas adoecem mais cedo e têm doenças relacionadas ao tabagismo mais agressivas/graves”, comenta Edson Elviro.

Em qualquer momento da vida existe benefício em parar de fumar, mas o melhor mesmo é nem começar. “Quem quer parar de fumar precisa entender que se trata de uma doença e como tal necessita de tratamento. Devido à dependência psicológica e química, além do entendimento e vontade do paciente, é necessário um planejamento médico e uso de estratégia com várias ferramentas: suporte psicológico e comportamental e uso de terapia farmacológica”, finaliza o cardiologista.