Cleber Santos, especialista em comportamento animal, dá dicas para quem vai viajar com e sem seu bichinho de estimação.
Chegado o mês de julho, muitas famílias vão aproveitar o período das férias escolares para viajar, ou ficar na cidade buscando atividades divertidas.
Para aqueles que têm pets e querem incluí-los nos momentos em família, a boa notícia é que não precisa deixá-los para trás na hora da viagem. Há um crescimento constante das opções “pet-friendly” espalhadas pelos quatro cantos – em alguns locais já é permitida inclusive a convivência dos cães na praia, como em Santos (SP), Natal (RN), Parnamirim (RN) e Rio de Janeiro (RJ).
Caso o tutor vá para algum lugar sem o companheiro de quatro patas, existem muitas opções de hotéis para pets que garantem um ótimo cuidado. Basta saber escolher bem o local adaptar o animal ao novo ambiente.
Cleber Santos, CEO da Comportpet (empresa de Creche e Hotel para animais, um dos segmentos que teve a maior expansão no Brasil nos últimos dois anos), dá dicas de como curtir em segurança as férias com o pet, e como fazer uma boa escolha na hora de confiar o bichinho a cuidadores.
Para quem vai fazer uma viagem com o pet
- Nos voos aéreos
Segundo Cleber, ao viajar de avião, muitas pessoas se preocupam com documentação, registros e vacinas. No entanto, se esquecem de fazer uma adaptação prévia do animal à caixa de transporte, na qual ele vai passar duas, três ou até mais horas viajando sozinho. Ele esclarece que a caixa precisa ser inserida como parte do ciclo diário do animalzinho antes da viagem. “O ideal é deixá-la presente no momento dormir, no momento da alimentação, criando associações positivas ao ponto de conseguir entrar e sair sozinho da caixa. Pegar um animal que nunca usou a caixa de transporte e de repente trancá-lo por horas pode ocasionar uma sensação de desconforto e estresse. Isso afeta sua respiração, podendo inclusive levar à uma parada cardíaca”, alerta. Já sobre a dimensão da caixa de transporte, completa “o pet precisa conseguir ficar de pé e fazer um círculo de 360° para se movimentar e se esticar”.
- Nas viagens de carro
É fundamental o uso do cinto de segurança específico para animais. Isso porque, soltos no veículo, os pets podem alcançar os pés do condutor, chegar ao volante, ou colocar a cabeça para fora da janela e acabar pulando ou caindo.
Independentemente do tamanho do animal, é importante que você os fixe com o cinto de segurança pet no banco traseiro (ou mantenha dentro da caixinha de transporte também com o cinto passado, no caso dos gatos), mesmo que fiquem agitados ou latindo. A regra para o uso do cinto de segurança é regulamentada pela lei de transporte de animais.
Para quem vai viajar sem o pet
- Cuidadores em domicílio
Uma possibilidade muito procurada hoje em dia, é a hospedagem de um cuidador na casa da pessoa. Nesse caso, o profissional vai até a residência cuidar do animal, mandar vídeos e fotos, e suprir as necessidades básicas de alimentação, passeios, brincadeiras, e limpeza do ambiente onde o animal fica.
- Hotéis para pets
A hospedagem em hotel urbano está crescendo cada vez mais, e é indicada para cães e gatos de qualquer raça ou porte. Santos recomenda se atentar ao local escolhido: se ele possui um alvará de funcionamento, equipe de profissionais qualificados e com boas indicações, uma rotina de atividades que combine com o que o pet gosta, e um espaço amplo e limpo para acolhê-lo.
Outra dica importante é fazer uma adaptação prévia do animal no espaço antes da viagem. A recomendação do especialista é de pelo menos um dia, podendo estender para mais dias conforme a vontade do dono ou a necessidade específica do pet.
Se ele se adaptar, pode ficar hospedado no hotel durante o período da viagem, contando com um cronograma de atividades diárias onde trabalham-se todos os sentidos do pet. Nesses casos, também é possível o dono acompanhar a rotina por meio de fotos e vídeos. Segundo Santos, na cidade de São Paulo, o valor médio de uma diária em hotel é de R$150 reais.
Para quem não vai viajar, e sim curtir a cidade
- Diversão para eles
Para quem vai sair de casa para um passeio prolongado e não pode levar o pet, uma dica é deixá-lo para passar o dia em uma creche animal, principalmente se ele é agitado e precisa de mais atenção para o gasto de energia. Geralmente o Daycare possui uma programação extensa de atividades para os bichinhos, com uma equipe preparada e responsável. Segundo Santos, a média de valor de uma diária em Daycare (em São Paulo) é de R$100.
- Em casa, enriquecimento ambiental
Para os pets que ficarão em casa, o enriquecimento ambiental é a adaptação do local onde vive o pet. Colocar elementos mais atrativos, lúdicos, com desafios e diversão para o seu amigo é a melhor opção para mantê-lo entretido, gastando energia e trabalhando os seus sentidos dentro do lar. Use e abuse desse recurso caso não pense em sair muito para passear com ele para deixar seu pet tranquilo e equilibrado.