A prática regular de atividades e exercícios físicos pode diminuir danos à saúde materna e fetal.
É comum que muitas mulheres acreditem que os hábitos saudáveis para grávidas e para quem deseja engravidar se limitem apenas à adoção de uma alimentação equilibrada. Muitas delas pensam, equivocadamente, que a prática de atividades e exercícios físicos é um estilo de vida prejudicial à saúde materna e fetal. E pelo contrário, movimentar o corpo durante a gravidez é benéfico pois previne a mãe de um parto com intervenções, reduz a probabilidade de realizar cesáreas e de partos instrumentais.
Porém, antes é necessário realizar uma avaliação médica e entender de fato se é o mais recomendado, conforme explica a professor do curso de Educação Física, Dr. William Valadares. De acordo com o especialista, a prática de atividades e exercícios físicos pode ser iniciado em qualquer período da gestação e prolongado até o final dela. Por se tratar de um período que exige resistência para o físico materno devido ao peso extra da barriga e amamentação, exercitar o corpo ajudará a fortalecer a musculatura aliviando as dores musculares e nas articulações, além de minimizar os prejuízos provenientes do sedentarismo e ganho do peso.
Sem uma vida ativa antes, durante e após a gravidez pode desencadear complicações indesejadas, o especialista emite um alerta sobre as principais delas que são depressão, sobrepeso, obesidade, diabetes gestacional e diabetes mellitus, problemas cardiovasculares, parto prematuro e distúrbios do sono.
Quais são os exercícios recomendados afinal?
“O tipo e a sequência de exercícios são orientados conforme o histórico da gestante, por isso, todo cuidado é pouco. É possível combinar exercícios aeróbicos e resistidos, além de exercícios de alongamento, para a manutenção da flexibilidade”, informa o acadêmico.
No geral, casos em que não há complicações obstétricas o mais recomendado é a prática diária de, no mínimo, 30 minutos de exercício moderado o que equivale a 150 minutos por semana. O professor William elencou exemplos de exercícios para praticar durante a gravidez:
- Caminhada é uma ótima opção para mulheres que estão se exercitando pela primeira vez. Por isso, nesse caso é recomendado praticar pelo menos 3 a 5 vezes por semana. Atenção! Se for caminhar ao ar livre dê preferência para horários com baixa incidência do sol;
- Corrida leve pode ser realizada por mulheres que já tinham uma vida ativa antes de engravidar, porém com leves ajustes. Nesta fase é preciso respeitar as limitações do corpo, por isso dois pontos a serem adaptados: diminuir a intensidade e a quantidade para pelo menos, 3 vezes na semana, por 30 minutos;
- Pilates pode ser feito 2 a 3 vezes por semana, ele melhora a respiração, a postura, alonga e fortalece os músculos;
- Hidroginástica é mais inclusiva, ela é indicada para todas as mulheres gestantes sedentárias ou não, de 2 a 4 vezes por semana é o mínimo. Ela ajuda a reduzir as dores nos pés e nas costas, além de diminuir o inchaço das pernas;
- Alongamento é recomendado até o dia do nascimento do bebê, essa modalidade pode ser aprimorada a partir do momento em que a mulher adquirir mais elasticidade, no entanto, deve-se evitar alongamentos com grande intensidade;
- Musculação é indicado para as mulheres que tenham uma vida ativa, mas dessa vez a execução deve ser com intensidade ajustada de acordo com o nível de condicionamento da gestante.
“Importante observar os sinais, se a grávida tiver sangramento vaginal, tontura, dor de cabeça, algum desses sintomas ou outra anormalidade, é um alerta para interromper imediatamente os exercícios”, completa o docente.
Valadares explica os efeitos benéficos de incluir modalidades esportivas durante a gestação. “A prática regular de exercícios pode auxiliar na diminuição do ganho de peso, controlar os níveis glicêmicos e da pressão arterial, além de melhorar o fluxo sanguíneo, o ciclo do sono e ainda, diminuir sintomas depressivos na gestante e puérpera”.
Conversar com um médico antes de começar qualquer tipo de atividade é imprescindível e lembre-se de estar acompanhada por um profissional da área de Educação Física. “Uma gravidez saudável vai muito além de deixar a consulta em dia, por isso é necessário ultrapassar a barreira. A saúde da mãe e do bebê tem que ser discutida de forma educativa, para conscientizar mais mulheres sobre esse tema”, finaliza.