Antes de tudo, vamos aos números. O acidente vascular cerebral é a segunda maior causa de morte no mundo. Só no Brasil cerca de 100 mil mortes aconteceram devido à doença em 2015.
Por isso é tão importante conhecer os sintomas do AVC.
Contudo, você provavelmente já ouviu falar do “derrame” e é possível que conheça alguma pessoa que teve. Por outro lado, informação também é saúde e conhecer a fundo esse problema pode evitar que histórias assim se repitam.
Para falar sobre o assunto, convidamos o Dr. Lauro Figueira Pinto, neurologistado Hospital Santa Clara para explicar mais sobre o tema.
O que é e por qual motivo acontece o AVC?
O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é um déficit neurológico que acontece de modo repentino. Em outras palavras, é o que conhecemos como “derrame”.
Ele afeta o suprimento de sangue, oxigênio e outras coisas importantes para manter o funcionamento normal do cérebro.
Entretanto, é importante frisar que 80% dos casos podem ser evitados através do controle de risco, como:
- Não fumar e evitar o uso excessivo de bebida alcoólica;
- Controle dos níveis de Pressão, Glicose (Diabetes) e Colesterol;
- Exercícios físicos regulares evitando a obesidade
Embora possa acontecer com qualquer pessoa, desde crianças até idosos, há pessoas com maior chance de ter, quando falamos sobre os fatores que são não-evitáveis, como sexo, idade e genética.
Quais os tipos de AVC?
São 2 tipos de AVCs, e por mais que se assemelhem, cada tipo demanda um tratamento e orientação médica diferente.
1- AVC Hemorrágico
É quando um vaso rompe e causa um sangramento no cérebro.
O tratamento em geral é de suporte com internação em UTI, monitorização e controle da pressão.
Contudo, em alguns casos em que o sangue está pressionando o cérebro, pode ser necessária cirurgia.
2- AVC Isquêmico
O AVC isquemico é o mais comum, respondendo por mais de 80% dos casos.
Ele se deve a uma obstrução em um vaso, interrompendo o fluxo de sangue para o cérebro.
O tratamento pode ser feito através de medicação infundada na veia e que dissolve o coágulo – o que chamamos de trombolise endovenosa.
Outra possibilidade é a inserção de um cateter até o vaso entopido na cabeça do paciente, com sua retirada mecânica – conhecido como trombectomia.
Ambas as técnicas tem amplo benefício reduzindo a incapacidade gerada pelo AVC.
É necessário agilidade pois a trombolise funciona se feita até 4,5 horas do inicio dos sintomas do AVC e a trombectmia tem seu tempo ideal nas primeiras 6 horas, podendo ser feita em casos selecionados em até 24hs.
Quais são os sintomas do AVC?
Os sintomas do AVC podem variar de acordo com a área do cérebro afetada e tipicamente surgem de forma subida / abrupta.
Os sintomas mais típicos do AVC são a alteração de força e da fala.
Por isto se você presenciar alguém sentindo-se mal, recomendamos fazer o seguinte teste (SAMU):
- SORRISO: verifique se a boca ficou torta.
- ABRAÇO: Note se há perda de força em um dos braços ou se é difícil levantar os dois.
- MÚSICA: Observe se há dificuldade para falar ou se a fala está embolada.
- URGÊNCIA: Se a vítima não conseguir fazer as tarefas, ligue para o Serviço de urgência imediatamente (Lembre-se do Número: 193)!
Outros sintomas que, se desenvolvidos de forma súbita, também devem ser investigados por suspeita de AVC:
– Alteração visual de um ou dos dois olhos
– Alteração da sensibilidade ou força em um dos lados do corpo
– Perda de equilíbrio, dificuldade de coordenação ou dificuldades para andar
– Dificuldade para falar, repetir ou entender
– Dor de cabeça forte e súbita (atinge intensidade máxima em até 1 minuto)
– Alteração do nível de consciência, com sonolência ou coma.
O que fazer em causa de suspeita de alguém ter sintomas do AVC?
Entre imediatamente em contato com o Serviço Médico de Urgência (SAMU / SIATE / Corpo de Bombeiros) pelo número 193..
Ele irá levar o paciente ao hospital mais próximo rapidamente, evitando o risco de sequelas graves!
“É muito importante estar atento aos sinais e procurar ajuda médica rapidamente. O atendimento inicial ajuda evitando a morte e também amenizando as sequelas. O tempo de tratamento varia, mas sem dúvidas, quem demora mais para ir ao médico corre muito mais riscos”, alerta o neurologista.
Além disso, uma pessoa pode sofrer mais de um AVC na vida. Por isso é importante se cuidar.
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