Juan Justino de Araujo Neves leciona no curso de Medicina Veterinária da Universidade Cruzeiro do Sul e avalia que caminhadas são fundamentais para promover a saúde física e mental do animal
Com poucos dias para a chegada da primavera, as flores voltam à vida e o clima fica mais confortável, tornando-se a melhor época para levar os pets para passear. É o que aponta Juan Justino de Araujo Neves, professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Cruzeiro do Sul, instituição que pertence ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional.
Para o docente e veterinário, a estação dispõe de um clima propício para exercitar a saúde do animal por meio de passeios, pois eles promovem benefícios físicos e emocionais para o animal. Juan explica que a partir de caminhadas, os animais desenvolvem instintos naturais, como: cheirar, correr e marcar território, além de fazer com que ele pratique exercício.
“Em relação aos estímulos, é importante destacar que o olfato dos cães é um dos órgãos do sentido mais desenvolvidos e esses passeios permitem que eles conheçam o mundo por meio dos cheiros. Dependo do local, o pet pode ter contato com novos objetos, plantas, solo, areia e outros animais. Quanto mais estímulo ele recebe, mais o olfato vai se desenvolvendo”, detalha.
As caminhadas auxiliam na saúde do animal, como no aparelho locomotor (ossos, articulações e músculos), ajuda no controle e perda de peso, além de contribuir para o bom funcionamento do sistema intestinal e do sistema urinário, pois muitos animais só fazem as necessidades fisiológicas fora de casa e aguardam o momento assim o momento do passeio.
Além da saúde física, os passeios também são muito importantes para a saúde psicológica e mental dos animais. “É comum nos dias de hoje cães viverem em espaços pequenos e sem muitos estímulos. Logo esse animal tem muita energia acumulada e pode desenvolver síndromes psicológicas e comportamentais, como a ansiedade. Diante desse estresse, o animal pode passar a ter hábitos destrutíveis e também pode desenvolver doenças secundárias, como as de pele”, alerta Juan.
O especialista cita que em relação a frequência, o ideal é que o animal faça dois ou três passeios por dia, mas se o tutor não tiver essa possibilidade, que ele ocorra pelo menos uma vez por dia. Além disso, o tempo e distância dessas caminhadas devem ser avaliadas e adaptadas para cada pet, levando em consideração o seu porte e preparo.
Os passeios são permitidos e devem ser feitos em qualquer estação do ano e clima, mas sempre com cautela e consciência. “No inverno evite passeios nos horários mais frios (anoitecer e amanhecer) e em momentos chuvosos. Já no verão, evite os horários mais quentes, entre às 11h e 16h, pois o pet pode sofrer lesões nos coxins, devido ao solo estar muito quente”, orienta.
Além de cuidados com o clima, Juan orienta ainda, que ao chegar da rua, as patas e região abdominal devem ser limpas, pois é normal pequenas sujeiras e microrganismos ficarem presas ao animal. Além dessa higiene, que atualmente contém diversos produtos de confiança à disposição na indústria pet, também deve oferecer água fresca em abundância ao animal e um local de descanso.
Por fim, Juan enfatiza que os passeios proporcionam a possibilidade de o tutor descobrir o que os cães gostam e ainda é uma oportunidade para uma maior aproximação do animal, o que impacta positivamente na saúde metal de ambos.