A arte tem o poder de transformar vidas. Simples assim. Ela traz mais sensibilidade, felicidade e acalento para a vida de muita gente que precisa, que sofre e que vê na arte uma verdadeira forma de alívio para as dores do cotidiano. Mas além disso, a arte pode mudar a vida de alguém com uma revolução completa, impedindo desgraças pessoais e até mesmo vícios. A arte É um verdadeiro agente de transformação social e promoção da cidadania. Com isso em mente a atriz e cineasta Tatiany Furuse, produziu o curta-doc “O que a Arte faz por Mim”.
O estigma relacionado à saúde mental é inegável. Como sociedade, obtivemos avanços. Apesar disso, ainda não dá para afirmar que não existe desinformação, preconceito e até violência contra pessoas que convivem com alguma questão de saúde mental. A verdade é que a saúde mental ainda é um tabu. Abordando o difícil e pouco explicado universo dos transtornos mentais, a partir de um ponto de vista bem pessoal, o curta-doc ganhou visibilidade internacional e no fim de julho, no Festival Internacional de Calcutá, na Índia, arrebatou uma menção honrosa. Agora, se destaca como único representante sul-mato-grossense na 1° Mostra Independente de Cinema do Nordeste, que aconteceu nos dias 07 e 08 de agosto.
“Este é um projeto que já namorava há anos e sobre o qual tive as primeiras conversas, com o saudoso Sérgio Ricardo, diretor do Cinema Novo, e que possui uma cinematografia incrivelmente social, e com que tive uma das minhas maiores realizações profissionais ao trabalhar com ele em seu filme ‘Bandeira de Retalhos’. Nessa época já estudava e pesquisava sobre o tema, mas não sabia como levá-lo para a tela sem expor as pessoas que, fizeram parte negativamente disso tudo , pois o objetivo era a sensibilização, assim como a denúncia, mas não de forma pessoal, e sim de um modo que usasse a minha vida como ponte para exemplificar a situação de milhões de pessoas que passam, pela mesma situação e não têm coragem de pedir ajuda pelo estigma e pelo preconceito social, que estão enraizados em nossa sociedade”, conta Tatiany.
Os pacientes ainda sofrem estigma da doença mental. E o significado de estigma é marca, cicatriz. É como se fossem taxados de “loucos” e sem possibilidade de recuperação. A ignorância e desinformação são os principais culpados pelo estigma e pela PSICOFOBIA – sim, o termo existe, que é o preconceito contra as pessoas que tem transtornos e deficiências mentais. “Saúde mental é um tema complicado até mesmo na Medicina, devido seus diferenciais. Cada pessoa tem uma característica e cada caso traz diversidades particulares. Foi por meio da arte que encontrei as primeiras respostas, ao ler o livro ‘O demônio do meio-dia’. Desde então percebi o poder desta ferramenta, da arte como voz para esta luta”, explica a cineasta.
Para produzir a obra, a artista mergulhou em sua própria intimidade e decidiu trazer à tona as dificuldades de conviver com problemas que muitas vezes, a própria Medicina encontra barreiras. Foi na arte que ela iniciou seu processo de autoconhecimento e aceitação, mas acima de tudo, de luta contra o preconceito, e em busca da transformação do mundo.
Ainda segundo a cineasta, que já atuou como atriz nas novelas globais “Amor a Vida” e “Viver a Vida”, seu maior propósito neste trabalho é conscientizar a sociedade sobre a importância da atenção à saúde mental. “Este trabalho não é meu, é uma luta, uma voz para todos que precisam ser ouvidos e buscam por respeito e consciência da sociedade”.
Produção, Direção, Roteiro, Produção Executiva, Montagem, Arte: Tatiany Furuse
Direção de Fotografia & Áudio: Thiago de Jesus Ferreira
Trilha Original: Nani Dias
Caracterização: Robson Cardoso
Designer Gráfico: Milton Satoshi
Câmera: Thiago de Jesus Ferreira, Igor Cabral, Rodrigo Rezende, Thiago Flores
Equipe de Produção: Sibéria Almeida, Alyadna Freitas, Rafaela Oliveira, Matheus Barreto, Thiago Flores, Haroldo Garay
Finalização: Tatiany Furuse, Thiago de Jesus Ferreira
Com: Tatiany Furuse