Mês de julho acende alerta para conscientização às hepatites virais

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. A data foi criada para reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle deste mal. A hepatite é uma doença caracterizada pela inflamação do fígado e nem sempre apresenta sintomas,  podendo ser silenciosa, o que dificulta a sua identificação. É comum o paciente só descobrir a doença quando o fígado já está comprometido, levando a complicações graves como cirrose e câncer de fígado.

Entre as hepatites virais, as mais comuns são  provocadas pelos vírus A, B, C, D e E. Cada um desses é transmitido por vias diferentes. A hepatite A é transmitida por via oral-fecal de uma pessoa infectada para uma saudável através de alimentos ou água contaminada. As hepatites B e C são transmitidas pelo sangue de agulhas, seringas e outros objetos; reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos; falha de esterilização de equipamentos de manicure; entre outros. Na hepatite B a transmissão sexual ou no parto é importante. O tipo D se manifesta se a pessoa já estiver contaminada pelo B e o E, raro no Brasil, é contraído da mesma forma que a hepatite A.

Diagnóstico e cura 

A hepatite A costuma se apresentar de maneira mais leve e os médicos recomendam geralmente dieta e repouso. Para hepatites B muitos casos têm cura espontânea, e nos crônicos há medicamentos que conseguem evitar o dano ao fígado e surgimento de cirrose ou câncer. Para hepatite C há tratamentos simples com quase 100% de cura. No Brasil,Hepatites B e C respondem por cerca de 74% dos casos notificados de hepatites no país.  E, a última, representa 76% das mortes pela doença, de acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em 2020.

“A forma mais segura para confirmação da infecção é através de exames laboratoriais. Por meio de testes bioquímicos, conseguimos confirmar se há um aumento relevante nas enzimas do fígado (transaminases) associadas à lesão do tecido hepático e por exames sorologicos conseguimos determinar o agente”, explica o infectologista e consultor médico do Grupo Sabin Alexandre Cunha. Quando presentes, os sintomas podem ser: enjoo, vômitos, tontura, pele e olhos amarelados, dores abdominais, urina escura e fezes claras. E, nessa linha, ele reforça que  o diagnóstico é importante pois alguns podem ser confundidos com outros tipos de viroses. As hepatites B e C podem ser diagnosticadas através de exame de sangue capaz de identificar os vírus na corrente sanguínea.

O especialista reforça que a prevenção é o melhor caminho. “O tipo B, assim como o A, possui vacinas previstas no calendário de vacinação infantil. Adultos que não foram vacinados, também podem se imunizar com três doses da vacina. A hepatite C, não possui vacina, mas tem tratamento que possibilita quase 100% de chance de cura, se o paciente seguir corretamente o protocolo indicado pelo médico”, afirma.