Estimulação da linguagem na criança durante a pandemia

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Mesmo em casa, as crianças precisam ser estimuladas para que a fala não seja afetada com o isolamento social, pois o desenvolvimento da linguagem verbal não é um fato que se dá isoladamente no desenvolvimento infantil. Seu aparecimento faz parte de uma série de transformações no comportamento da criança, que é marcada pelo aparecimento de condutas simbólicas e de transformações relacionadas à forma de compreender e interagir com o mundo.

Tais mudanças dependem de uma série de fatores, sejam eles genéticos, ambientais, cognitivos, sensoriais. O desenvolvimento da linguagem se apoia no desenvolvimento sensorial e por consequência no desenvolvimento das funções corticais superiores, a cognição. No entanto, durante o isolamento social causado pela pandemia, as crianças estão sendo privadas do contato social e restritas ao ambiente familiar. Esta privação de momentos de interação social, sem contato com outras crianças e poucas experiências de socialização geram um atraso na aquisição e desenvolvimento da fala e da linguagem oral. E o que devemos fazer para estimular as crianças a falarem e a desenvolverem a sua comunicação em casa?

Promover situações em que a criança precisa conversar, deixar todos os dias a criança brincar, observar os interesses da criança, permitindo que ela solicite o brinquedo, que ela realize escolhas, de forma que ela precise conversar verbalmente. Além disso, contar histórias para ela e solicitar que ela reconte, falando devagar e na mesma altura que a criança, se posicionando de frente a ela, falando frases curtas e simples. Por último, mas não menos importante, no dia a dia, não oferecer todos os brinquedos de uma vez, a fim de permitir a escolha dela, cantar músicas junto com ela, brincar com miniaturas de animais, imitar os sons deles, desenhá-los, por exemplo.

Independente da faixa etária, sempre elogiar e incentivar a criança, dar amor, carinho e atenção para que ela se sinta segura, principalmente em tempos de isolamento social em que as relações interpessoais das crianças se reduzem ao núcleo familiar.

De acordo com a especialista em fonoaudiologia da AACD, Denise Moreli, faz-se muito importante também sempre oferecer o modelo de fala correto para a criança, sem uso de diminutivos e erros na fala.