Pirenópolis e Silvânia apostam em potencialidades proporcionadas pela natureza para manter o turismo em atividade. Pandemia incentivou ainda mais essa área
O ecoturismo é o ramo da indústria do turismo que mais cresce no mundo e ganhou ainda mais força durante a pandemia, já que locais turísticos tradicionais que provocavam aglomerações precisaram ficar fechados e como método de controle ao avanço do vírus pelo mundo. Segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT), 10% dos turistas buscam o turismo ecológico e cresce de 15% a 25% por ano, acima dos 7,5% do turismo convencional. A resistência do turismo durante o período de pandemia é uma dos pontos a serem comemorados neste Dia Nacional do Turismo, comemorado todo dia 8 de maio.
O crescimento da procura por essa área do turismo também foi sentida por empresas do setor. De acordo com o empreendedor Neylon Jacob, a estância Shambala Piri, em Pirenópolis-GO, teve um crescimento de 15% no número de visitantes para os períodos de meio de semana durante os dias em que foram liberadas as hospedagens na cidade, seguindo os decretos municipal e estadual. “As pessoas passaram a ficar mais tempo dentro de casa nos últimos meses. Para fugir dessa rotina monótona, cresceu o número o número de pessoas que passou a buscar mais contato com a natureza e momentos de mais tranquilidade”, destaca o empreendedor.
A estância é formada por sete casas com conceito voltado para a convivência com a natureza. No final de 2020, a estância passou a receber visitantes em seu novo empreendimento totalmente desenvolvido para atender turistas durante a pandemia, a Ayla Smart House, desenvolvida em oito meses com o objetivo de tornar a casa mais funcional e inteligente e construída para minimizar a necessidade de toque, que passou a ser adotada como uma medida sanitária.
“O conceito smart foi pensado para que as pessoas tenham o mínimo de contato com os objetos. A automação passou a ser uma aliada porque muitos comandos podem ser dados por meio de comando de voz, como ligar luzes e ar condicionado. Tudo isso em um ambiente cercado pela natureza e longe de aglomerações”, destaca o empreendedor.
Ciente do crescimento das demandas, Jacob também projeta o lançamento de um novo projeto. “O objetivo é justamente proporcionar às pessoas mais contato com a natureza para que tenham uma experiência tranquilizante, longe dos problemas que estamos passando e de maneira segura”, completa.
Rota de turismo
O eixo Goiânia-Brasília tem ganhado destaque nos últimos anos como caminho para turismo para os habitantes que moram nas duas capitais. Além de Pirenópolis, que já ganhava destaque pelo seu caráter histórico, também ganhou outro marco que aumentou ainda mais o potencial turístico na região. A construção do Lago Corumbá IV há cerca de 15 anos proporcionou ainda mais investimentos voltados para lazer e turismo na região.
Na cidade de Silvânia, por exemplo, está sendo preparado um condomínio reserva às margens do Lago Corumbá, a Fazenda Canoa. De acordo com o empreendedor e desenvolvedor do projeto, Fernando Costa, “a área será um santuário ecológico, mantendo a preservação da fauna e flora, além de explorar as potencialidades turísticas do lago”, afirma.
A cidade já faz parte do roteiro turístico pelo seu caráter histórico. O município teve origem no período da mineração em Goiás por volta de 1774. Desde então, passou a ser destino de diversas rotas que tinham como objetivo chegar à Cidade de Goiás. Agora, o município consolida seu espaço no ecoturismo. “É uma cidade que está localizada no eixo Brasília-Anápolis-Goiânia e que tem chamado cada vez mais a atenção por conta do Lago Corumbá. A cidade, justamente pela proximidade com essas grandes cidades, já era o destino de quem praticava esportes com bicicletas e motos. Agora, ganha mais uma atração com os esportes náuticos, como wakeboard e canoagem”, destaca o empreendedor.
“A cidade apresenta riquezas em seu passado, presente e no futuro. O Lago Corumbá atraiu ainda mais investimentos para a cidade, que inclusive já foi cotada para ser a capital do Estado. O nosso projeto foi pensado ao longo dos seis últimos anos para realizar uma intervenção mínima e adequada na natureza, levando em consideração pesquisas em toda América Latina e na Europa e contato com profissionais gabaritados para a execução do projeto”, detalha Costa. Ele ainda destaca que a rica história e cultura de Silvânia passa a contar com a contribuição do ecoturismo para o desenvolvimento da região.