Por que a automedicação é perigosa?

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O consumo de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas que não são habilitadas pode causar consequências mais graves do que você imagina.

Por isso, hoje, dia 5 de maio, é dedicado ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Isso porque no Brasil, cerca de 35% dos medicamentos são adquiridos nas farmácias por pessoas que estão se automedicando.

Ou seja, essa prática de se automedicar é vista como normal, mas tudo tem um bom senso, pois usar medicamentos sem prescrições médicas pode afetar outros sistemas do corpo e acabar por causar algo mais grave.

Por isso, para falar sobre este assunto, convidamos o Dr. Alexandre Fogaça, otorrinolaringologista do Hospital Santa Clara para nos explicar por que a automedicação é perigosa.

Confira!

O que é automedicação?

Automedicar-se é o ato de ingerir remédios para aliviar sintomas, sem qualquer orientação médica no diagnóstico, prescrição ou acompanhamento do tratamento.

“A automedicação, muitas vezes pode ser vista como uma solução rápida para o alívio de sintomas que estejam incomodando o paciente. No entanto, corre-se alguns riscos, tais como: o de se mascarar sintomas de alguma doença importante, além do uso de forma incorreta, podendo levar a um agravamento da evolução da doença. Outra preocupação é a associação de drogas que podem levar a efeitos adversos indesejados”, alerta o médico.

E essa prática é comum, pois acreditamos em recomendações de pessoas próximas, assim como também temos uma disponibilidade de informações médicas na internet que cria um ambiente propício para a pessoa fazer o diagnóstico e se medicar por conta própria.

Por este motivo, alguns remédios como: de uso controlado, antibióticos, antirretrovirais, anabolizantes e alguns imunossupressores, precisam de receita médica para compra em farmácias.

Quais as possíveis complicações de se automedicar?

Todo remédio possui efeitos colaterais e, quando ingerido de forma recorrente e sem prescrição médica, pode causar mais malefícios que benefícios ao organismo.

“O uso de remédios de maneira incorreta pode trazer algumas complicações, como reações alérgicas, dependência química e até psicológica, efeitos colaterais indesejados, como arritmia cardíaca, e até a morte. Além do risco de uma intoxicação, resistência a drogas, e resistência bacteriana, no caso de antibióticos. Todo medicamento tem os seus prós e contras, e isso sempre deve ser pesado pelo profissional habilitado a prescrição”, explica o doutor.

Intoxicação – Usar doses inadequadas de remédios pode causar desde a ineficácia do tratamento, até uma overdose da substância no organismo, que leva a intoxicação.

Reação alérgica – Ingerir medicamentos que não foram prescritos por um profissional da saúde pode causar reações alérgicas não esperadas no organismo.

Não combinação de medicamentos – Quando se ingere um medicamento sem levar em consideração os outros medicamentos que a pessoa já tem uso contínuo, um pode anular o outro ou potencializar os efeitos do outro.

Resistência ao medicamento – O uso indiscriminado de um remédio pode facilitar o aumento da resistência dos microrganismos àquela substância. No caso dos antibióticos, por exemplo, pode prejudicar a eficácia de tratamentos em infecções futuras.

Dependência – Algumas substâncias proporcionam mais chances de vício quando tomadas em doses incorretas e por tempo além do indicado por um médico.

Mascarar uma doença – Usar remédios para aliviar imediatamente a dor e mal-estar pode esconder a real causa daqueles sintomas. Dessa forma, a doença não é tratada corretamente e pode se agravar.

Cuidado com a “farmácia” da sua casa – É bem comum a gente ter uma “farmacinha” dentro de casa, não é mesmo?! Mas é preciso ter muito cuidado com isso.

Pois, acumular remédios em casa pode gerar:

  • Confusão entre medicamentos;
  • Ingerir medicamentos vencidos;
  • Ineficácia do remédio pelo mau armazenamento dele;
  • Ingestão acidental pelas crianças.

Sabe aquele ditado: “com saúde não se brinca”? Então, não se automedique!

Sempre que alguma condição ou sintoma não desaparecer, a decisão mais segura e inteligente é entrar em contato com o seu médico.

Várias complicações de saúde quando diagnosticadas precocemente são possíveis de tratar de forma mais simples e rápida.

Fonte: Dr. Alexandre Fogaça – Otorrinolaringologista

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