Especialistas explicam porque a prática vem ajudando pessoas e dão dicas de como cuidar de uma horta em casa
Após mais de um ano vivendo novas rotinas e hábitos, algumas práticas adotadas no último ano continuam sendo uma alternativa para manter o equilíbrio mental e emocional. A jardinagem em casa é um destes costumes e vem ajudando jovens, adultos e idosos a enfrentarem estes difíceis momentos. A atividade caiu no gosto dos brasileiros nos últimos tempos, principalmente o cultivo de hortas, que ganharam um lugar especial em casas e apartamentos. Cuidar desses espaços se tornou uma terapia alternativa para depressão, ansiedade e solidão ao estabelecer rotinas de cuidados, aumentar o contato com a natureza e despertar o interesse em pesquisas sobre o assunto.
As hortas, em específico, são uma opção simples que envolvem a pessoa no processo de plantar, regar, analisar o crescimento, retirar folhas ou galhos que já estejam velhos, e também oferecem uma oportunidade de ter alimentos naturais e frescos. O doutor em psicologia e professor da Una Uberlândia, que faz parte da Ânima Educação, Saulo Magalhães, explica que o contato com a semente e o intuito de semear e cuidar, diminuem o estresse psíquico do isolamento. “Corpo e mente são estimulados a ressignificar a vida e a rotina nesses momentos. O contato sensorial com elementos da natureza e a percepção de maturação que as plantas trazem se mostram uma boa opção de cuidado em saúde mental, uma vez que o dia a dia é preenchido pela dinâmica do que é orgânico, do que é vital. Dessa forma, o medo da morte e o desgaste emocional convivem com o cultivo e a beleza de existir”, pontua ele.
Para Luara Cristina de Lima, professora do curso de Agronomia da Una Catalão, ter uma horta em casa pode ser vantajoso para a sociedade em geral, e ainda mais para os alunos dos cursos de agrárias que mesmo fora das salas de aula exercitam a empregabilidade e a empresabilidade ao colocar em prática conhecimentos e técnicas aprendidas. “Para toda a comunidade é interessante cultivar essas pequenas hortas em casa, pois aumenta o contato com a natureza, possibilita um conhecimento mais prático sobre o alimento que cada um consome e se mostra um escape para os momentos difíceis. Para os alunos, há também outros benefícios como praticar o que é aprendido dentro de sala de aula, mesmo que seja com em pequenas ações”, afirma ela
Para quem quer começar uma horta em casa ou já possui uma, a professora fala quais espécies melhor se adaptam a essas hortas caseiras. De acordo com ela, batatas, cenouras e abóboras, por exemplo, não são tão adequadas para locais pequenos, pois normalmente crescem muito. “Salsinha e cebolinha são boas opções porque não exigem muito sol ou água. O manjericão, alface e espinafre também são boas escolhas, pois pedem poucas horas de sol e rega cinco vezes na semana, ou no caso do espinafre, apenas a cada dois dias”, conta ela. Sobre dicas de cuidados, Luara orienta que sejam utilizados adubos orgânicos e terras de boa qualidade para evitar a presença de patógenos nos vasos. “Sempre observe a presença de insetos-pragas e tome cuidado com a irrigação, água demais também pode ser um problema, o segredo é sempre observar a umidade do solo tocando nele”, finaliza ela.