Magalu seleciona entidades que serão beneficiadas por fundo de combate à violência contra a mulher

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Serão destinados 2,6 milhões de reais para 20 instituições dedicadas à causa. Valor é um dos maiores já aportados pela iniciativa privada para essa finalidade

O Magalu, principal ecossistema de compra e venda do país, acaba de selecionar 20 Organizações da Sociedade Civil (OSCs) para receber aportes de seu Fundo de Combate à Violência Contra a Mulher. Criado em agosto de 2020 para apoiar entidades dedicadas à causa, o fundo foi lançado por meio de um edital e recebeu 459 propostas de organizações localizadas em 200 municípios brasileiros. Mais de 70% das OSCs inscritas e quase 80% das finalistas ficam fora do eixo Rio-São Paulo.

Das 20 entidades que serão contempladas com recursos do fundo, quatro estão na categoria Nacional e três na categoria Estadual. Cada uma receberá 150 000 reais cada. Na categoria Local, 13 instituições foram selecionadas com apoio de 100 000 reais para cada uma.

As entidades escolhidas têm atuações variadas no tema do combate à violência contra a mulher. Algumas trabalham para oferecer capacitação profissional e impulsionar a independência financeira das vítimas — um fator determinante, na maior parte dos casos, para que as mulheres rompam os vínculos com os agressores. Outras oferecem acesso à saúde psicológica e física ou têm foco no fortalecimento e na criação de políticas públicas para o gênero. Na lista de contempladas, também foram escolhidas OSCs que atuam com a proteção e acolhimento ao público LGBTQIA+. Além dos aportes financeiros, as instituições receberão mentoria para ajudá-las a fazer uma gestão eficiente e transparente dos recursos.

O combate à violência contra a mulher é uma causa apoiada pelo Magalu há quatro anos, por meio de diversas ações. Em 2020, o Magalu incorporou ao seu Superapp um botão de denúncias de violência contra a mulher. O botão permite acesso direto ao Ligue 180 e, via chat, ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que recebe denúncias online. O botão é propositadamente discreto para garantir máxima segurança às vítimas que desejam denunciar seus agressores.

Internamente, o Magalu possui desde 2017 o Canal da Mulher, um serviço que oferece ajuda às funcionárias da companhia vítimas de violência. Desde a sua criação, o Canal da Mulher deu apoio a mais de 520 mulheres. Por meio dele, qualquer funcionário do Magalu pode denunciar ou notificar a existência de mulheres em situação de risco. A partir dos registros, psicólogos da empresa entram em contato com a vítima para entender o contexto e oferecer a ajuda mais adequada a cada caso. De acordo com a gravidade da situação, as colaboradoras recebem assistência psicológica, orientação jurídica e auxílio financeiro.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, durante março e abril de 2020, início da pandemia e do isolamento social, o número de casos de feminicídio cresceu 22% no Brasil. Esse número, e o envolvimento do Magalu com a bandeira, motivaram a criação do fundo, que utilizou parte dos 50 milhões de reais doados pela empresa e pelas famílias controladoras para o combate às consequências da crise da covid-19. Inicialmente, a expectativa era a de que a iniciativa recebesse um aporte de 2,5 milhões de reais e apoiasse até 15 instituições. “Mas o edital atraiu um número tão grande de bons projetos relacionados ao tema que decidimos apoiar mais entidades para fortalecer a rede de apoio às mulheres em todo o Brasil”, afirma Ana Luiza Herzog, gerente de reputação e sustentabilidade do Magalu.

Todo o processo de elaboração do fundo e escolha das entidades beneficiadas foi realizado em parceria com a Editora Mol e a consultoria Prosas, que assessoram grandes empresas e organizações em ações de impacto social. A seleção final que culminou na escolha das 20 organizações foi conduzida pelo comitê dedicado à atuação filantrópica do Magalu, capitaneado por Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração, e por um comitê de especialistas que apoia a companhia nas questões relacionadas ao combate à violência contra a mulher. Ele é formado pelas promotoras de justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo Silvia Chakian e Gabriela Mansur, Elizabete Leite Scheibmayr e Marisa Cesar, do grupo Mulheres do Brasil, Jacira Melo, do Instituto Patrícia Galvão, e Renata Cruppi, delegada de polícia da Delegacia de Defesa da Mulher de Diadema, na Grande São Paulo. “Com mais essa iniciativa, o Magalu reafirma seu compromisso efetivo com a causa, porque fortalece instituições que atuam nos quatro cantos do país, com múltiplas demandas de grupos diversos de mulheres em situação de violência, promovendo a transformação dessas realidades”, afirma Silvia Chakian.

Confira a lista completa de OSC contempladas:

NACIONAL
Think Olga
Nossas
Az Mina
Turma do Bem

ESTADUAL
Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia | Salvador e Camamu – BA
COMUNEMA (Coletivo de Mulheres Negras “Maria-Maria”) | Altamira e calha da Rodovia Transamazônica e Xingu – PA
AJENAI (Associação Jenipapense de Assistência à Infância) | Jenipapo de Minas, Francisco Badaró e Diamantina, no Vale do Jequitinhonha – MG

LOCAL
– Instituto As Valquírias | São José do Rio Preto – SP
– Associação SEDUP (Serviço de Educação Popular) | Brejo Paraibano (municípios Areia, Guarabira e Pilões) – PB
– Associação Beradeiro | Porto Velho e comunidades do entorno – RO
– REDE DE FRENTE (Associação Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia) | Barra do Garças e Pontal do Araguaia – MT
– CASA 1 (Centro de Cultura e Acolhimento LGBT) | São Paulo – SP
– Casa da Mulher do Nordeste | Região Metropolitana de Recife – PE
– Redes da Maré | Complexo da Maré, Rio de Janeiro – RJ
– CEMUR (Centro de Mulheres Urbanas e Rurais de Lagoa do Carro e Carpina) | Lagoa do Carro – PE
– Associação de Arte e Cultura Negra Ará Dudu | Santa Maria, São Sepé e Caçapava do Sul – RS
– Associação de Moradores Produtores, Pescadores e Marisqueiras de Mutá | Jaguaripe- BA
– Grupo Brasileiro de Promoção da Cidadania (GGLOS LGBT) | Picos e Oeiras – PI
– RECOMEÇAR (Associação de Assistência às Mulheres, Crianças e Adolescentes e Vítimas de Violência) | Mogi das Cruzes – SP
– CAMI (Centro de Apoio e Pastoral do Migrante) | São Paulo – SP