Dobra o número de mulheres que investem na bolsa de valores brasileira

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Apesar de ser o maior número já registrado de mulheres com ações e outros ativos, elas ainda são apenas ¼ do total de investidores.

O interesse de pessoas físicas na bolsa de valores brasileira, a B3, vem crescendo. Foram mais de 3,2 milhões de investidores cadastrados em 2020, representando um crescimento de 93% de CPFs inscritos em relação ao ano anterior. Impulsionados pela queda da taxa de juros, a Selic, o recorde da B3 mostra que o brasileiro está mais interessado em conhecer novas alternativas para investir. E esses números são ainda mais significativos quando falamos da participação das mulheres investindo em ações. Atualmente, são 847.585 brasileiras atuantes, o que corresponde a 26,24% do total de investidores cadastrados, o maior percentual da história no país.

Ao longo da história, as mulheres continuam buscando espaço no mercado de trabalho e estão cada vez mais ocupando ambientes até então preenchidos majoritariamente por homens. Seja empreendendo nos mais diferentes nichos ou cada vez mais em meio às cotações diárias e índices de ações. O recente interesse na Bolsa de Valores se dá pela queda dos juros, por isso as pessoas começaram a buscar outros investimentos que tivessem um retorno melhor, para ganhar mais rentabilidade. Mas o que chamou a atenção nos últimos números divulgados pela B3 foi o crescimento de 118% da participação das mulheres, que em 2019, correspondiam a 388.497. Porém, apesar de ser o maior número já registrado de mulheres com ações e outros ativos, elas ainda são só um pouco mais de 1/4 do total de investidores na Bolsa brasileira. Distrito Federal (27,63%), Rio de Janeiro (26,72%), Amapá (26,64%) e São Paulo (26,43%) têm a maior proporção de investidoras.

Para Silas Lopes, especialista em finanças do Social Bank, estes números representam o aumento no interesse das mulheres pelo tema, tendência que deve continuar. “Estamos vendo uma mudança de comportamento. As mulheres estão mais antenadas com o mercado financeiro e isso está se refletindo na Bolsa. O principal fator é a questão do juro baixo, que reduz o retorno da renda fixa, e o aumento da oferta de educação financeira em diversas mídias. Mudanças sociais e culturais também influenciam nessa alteração de comportamento. Percebe-se que em locais em que a mulher tem uma renda melhor e mais equiparada com a dos homens, o interesse de investir e participar na B3 aumentou”, explica.

Apesar da participação feminina na Bolsa ser ainda pequena em termos relativos, Silas destaca aspectos interessantes do perfil das mulheres na hora de investir. “As mulheres costumam ser mais estrategistas do que os homens, que usualmente fazem mais movimentações, comprando e rapidamente vendendo de forma mais arrojada. Geralmente, a mulher é mais pé no chão, compreende que investir é uma jornada, que é preciso ter calma”, conta o especialista do Social Bank.

Dicas para começar a investir

O especialista em finanças do Social Bank dá algumas dicas de como começar a investir:

  • Realize um diagnóstico das finanças pessoais;
  • Seja realista e analise onde é possível cortar gastos;
  • Defina objetivos. Pense no porquê de estar investindo. É para ter uma reserva de emergência? Comprar carro? Fazer uma viagem? Pensar na aposentadoria?;
  • Tenha coragem para diversificar e começar a investir em diferentes categorias de ativos, como fundos;
  • Tenha disciplina de pensar no longo prazo a partir do momento em que você apertou o botão de comprar uma ação.