Aborto espontâneo: principais causas e como tratar

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1 a cada 4 mulheres terá pelo menos 1 abortamento espontâneo durante sua vida reprodutiva

Abortamento é toda gestação que termina antes de completar 20 semanas com feto ou embrião pesando menos de 500 gramas, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse problema pode ocorrer em 10% a 20% das gestações, ou seja, 1 a cada 4 mulheres terá pelo menos 1 abortamento espontâneo durante sua vida reprodutiva. Outro dado importante é que 80% dos abortamentos ocorrem no primeiro trimestre de gestação (antes das 12 semanas).

O casal que passa por essa situação fica querendo entender as causas que levaram à perda do feto. De acordo com a ginecologista do Hospital Santa Clara, Dra. Denise Lara Muniz, a grande maioria dos abortos (50 a 60%) são causados por anomalias cromossômicas incompatíveis com a vida, sendo que quanto mais precoce ela ocorre, maior a chance de ter sido essa a causa. “Existem outras causas de aborto como as infecções (sífilis, chlamydia, streptococco, herpes e citomegalovírus), insuficiência de corpo lúteo (hormonal), doenças autoimunes, como lúpus, as trombofilias, as malformações uterinas, miomas e também quedas, golpes, estresse, desnutrição, alcoolismo e tabagismo”, esclarece a doutora.

Sinais que indicam abortamento

“Com certeza, o sangramento é o principal indício de abortamento, mas existem outros sintomas como a cólica pélvica. Quanto maior o sangramento, maior o risco. Por isso, ao sentir dor ou sangrar, procure imediatamente um médico. Também pode acontecer dores nas costas, perda de peso e contrações dolorosas. No entanto, a maioria dos casos de aborto acontece sem ao menos a gestante perceber algum sinal, sabendo apenas através da ultrasonografia”, alerta a ginecologista.

Como se dá o tratamento?

“O tratamento está associado aos sintomas, mas a conduta expectante, não invasiva, tem até 95%de chance de sucesso. Nesse caso prescrevemos medicamentos para dor se necessário, orientamos aguardar a eliminação espontânea dos restos ovulares, e acompanhamos a evolução do processo não sendo necessário nenhuma intervenção” diz a Dra. Denise.

Outro tratamento possível e, às vezes necessário, é a internação e prescrição de medicamentos que induzirão a eliminação imediata dos restos, e por fim o tratamento intervencionista. “Neste caso é realizada a curetagem ou aspiração (AMIU) intrauterina para retirada dos restos ovulares. Procedimento este que deve ser realizado sob anestesia em centro cirúrgico, e a indicação está diretamente relacionada a complicações como hemorragias, infecções ou demora na eliminação dos restos” finaliza a ginecologista.